8 de fevereiro de 2011

Mente e Cérebro: o background da Filosofia da Mente


Retornar não é uma atividade retrógrada! Muito pelo contrário. Um dos grandes problemas que filósofos e cientistas enfrentam na atualidade é a demasiada despreocupação que muitos autores acabam tendo em relação aos princípios fundamentais de suas teorizações.
Tal problema também é encontrado na própria Filosofia da Mente quando acabamos nos distanciando de modo ingênuo de reflexões que sempre estão direta ou transversalmente participando deste âmbito de discussão. Chama a atenção específica neste momento para o tradicional problema mente-cérebro. Fazer a atividade filosófica no tratamento das questões gerais da Filosofia da Mente sem uma sofisticada reflexão acerca da problemática mente-cérebro é, no mínimo, uma atitude de perigoso descuido argumentativo.
Podemos inferir com bom grau de segurança que as relações entre o mental e o cerebral; e, por conseguinte, entre o material e o imaterial estão no cerne de toda reflexão da Filosofia da Mente (considero também esta problemática questão central também de áreas como as ciências computacionais, psicologia em todas as suas vertentes, neurociências e educação).
Ao longo do tempo vamos encontrar constructos argumentativos que apontam de alguma maneira para as implicações do cérebro e da mente em diversas facetas da existência humana. Desde problemáticas mitológicas e religiosas aos mais elaborados sistemas computacionais e mecatrônicos – e, é claro, sempre presente nas mais despreocupadas conversas do cotidiano.
Todavia, a grande preocupação que aqui chamamos atenção é relativa ao uso destes termos de modo simplório na elaboração dos argumentos que compõem teorias filosóficas e científicas. É, exatamente neste momento, que a atividade do filósofo da mente se faz extremamente necessária.
Por este motivo, convido aos que desejarem contribuir na reflexão que deixem neste blog suas contribuições.


Um grande abraço a todos, Nivaldo Machado *
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* Nivaldo Machado é doutor em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos (SP) e Coordenador do Grupo de Pesquisa em Filosofia da Mente e Ciências Cognitivas

46 comentários:

  1. E agora? Será que eu copio o que escrevi sobre mente-cérebro na seção anterior ou apenas continuo da onde parei aqui?... Rsrs... vai ficar faltando um pedaçãooo do raciocínio!... E agora, José?!

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  2. Tá, vou postar de novo aqui...

    Vou me arriscar pelos caminhos tortuosos e confusos da filosofia da mente, quem sabe eu ache um rumo claro, como o dia iluminado pelo Sol, numa tarde quente de verão. Quem sabe sejam as cores do meu cérebro tão intensas quanto as que vejo ao andar pela rua. Entretanto, já me coloco, antes mesmo de iniciar a jornada, em sobreaviso, pois sei que o cenário não se constrói tão bucólico assim. Muito provavelmente me perderei, mas que eu me perca por tentar e, assim, não deixe se esvair de outro modo a chance de uma grande e enriquecedora aventura...

    Aposto que alguém já escutou, algum dia, aquela velha historinha de amor que, em determinado momento, tendo em vista as constantes “coincidências”, embora aconteçam os mais variados fatos, conflitos e relações entre os indivíduos e o mundo a sua volta, acaba-se intitulando o casal de “alma gêmeas”. Podem acreditar, é por aí que se passa um verdadeiro caso de amor, uma relação muitas vezes tempestuosa entre dois destinos, aparentemente, ortogonais, a saga de mente e cérebro, um dos relacionamentos mais instigantes e misteriosos da racional ciência contemporânea. Entrelaçam-se e se contorcem, passando por momentos de afinidade conjugal à séries incontroláveis de atrito e repulsa, mente e cérebro podem ser considerados um daqueles romances insolúveis destinados a causar sempre mais problemas do que trazer soluções.

    Como o que pretendo é iniciar uma discussão calorosa e científica quanto ao assunto tratado pelo Capítulo 1 do livro “Mente, cérebro e cognição” do ilustre J. Teixeira, intitulado “Mente e cérebro”, tentarei me despir do romance e das paixões para me trajar com a armadura da lógica e da racionalidade.
    Pontuarei premissas e destas inferirei conclusões, interligando umas as outras de forma que se torne mais claro o raciocínio:

    1. Partirei do princípio de que a mente é originária de configurações cerebrais, espécies de processos desenvolvidos pelo órgão denominado cérebro juntamente com suas estruturas agregadas (tais como o sistema nervoso). Ou seja, de uma forma simples, no cérebro nasce a mente. De que forma e por que? Concluiremos aos poucos de acordo com as futuras conclusões.

    2. Sabemos que o cérebro é composto de neurônios, de milhares deles. Sabemos também que, através da analise de neuroimagens, por exemplo, o cérebro ativa eletricamente determinados neurônios conforme o estimulo a que o indivíduo esteja sujeito. Esses neurônios interligados formam uma complexa rede de fluxo elétrico, a qual constantemente se encontra em oscilação e mudanças, mesmo por que o indivíduo está constantemente sofrendo estímulos, tanto externa com internamente.

    3. O sistema métrico digital é uma criação do ser humano para organizar de forma mais adequada suas observações. Naturalmente, em sua quase totalidade, as mudanças ou oscilações, que são passíveis de mensuração técnica, se dão de forma analógica. Da mesma forma as oscilações elétricas do cérebro se integralizam analogicamente. O cérebro não é um sistema de 0’s e 1’s, ou simplesmente de chaves fechadas e abertas, ele é um sistema que se configura em inúmeros espaços (os neurônios) e em diversas intensidades para cada um destes neurônios, variando analogicamente.

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  3. Continuando...

    4. Considerando o cérebro como constituído de inúmeros neurônios e que eles trabalham pela ativação elétrica, considerando também a variação temporal, imaginemos que um indivíduo sofre um único estímulo (seja externo ou interno) e o sistema em que ele esteja sendo analisado seja hermético. Num instante t’, após o estimulo, alguns neurônios poderão ser ativados eletricamente, cada qual com intensidades variantes analogicamente, em um segundo instante t’’, parte dos neurônios que foram ativados primariamente poderão permanecer ainda ativos com a mesma intensidade, outros alternarão sua intensidade, outros ainda deixarão de conduzir corrente elétrica e outros neurônios que não estavam ativos passarão a conduzir eletricidade. Assim se constitui a configuração cerebral.

    5. Embasados nas idéias expostas até então, é possível perceber a existência de uma tênue ligação entre as reações, comportamentos e expressões do indivíduo em relação às, muitas vezes sutis, variações de ativação elétrica cerebral. Ou seja, dois indivíduos submetidos a um mesmo estímulo poderão apresentar reações parecidas, contudo não iguais, ou até mesmo bem diferentes, sendo a verificação de tal fato realizada por meio da comparação de neuroimagens, que demonstrarão desde pequenas diferenças até outras maiores entre configurações de cérebros diferentes. Por exemplo, a região ativada de um cérebro, quando submetido a um estímulo através da apresentação de uma figura com tons intensos da cor vermelha, é praticamente a mesma em todos os indivíduos, tendo em vista que é a região responsável pela análise de freqüências de luz de determinada intensidade, entretanto, a pequena quantia variante de neurônios excitados entre dois indivíduos diferentes é explicada pela remissão a registros anteriores, ou seja, conhecimento a priori, o qual – e aqui tenho certeza que todos concordarão - dificilmente será o mesmo entre dois indivíduos quaisquer. Assim, um deles poderá ter guardado em sua memória a cena de um acidente em que houve a exposição de muito sangue e lhe causou, à época, certo transtorno emocional, o que o faz muito tempo depois, quando submetido a tons intensos da cor vermelha, sofrer a ativação de determinados neurônios responsáveis pela regulação de hormônios específicos, liberados apenas quando há a sensação de angústia ou medo, por exemplo. Por isso, um deles tem leve alteração na sudorese, dilatação da pupila, aumento dos batimentos cardíacos, e outro, que nada lhe remete a freqüência do vermelho, não sofre alteração nenhuma, ou quem sabe outras alterações, pois a cor lhe tem outro significado.

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  4. Continuando ainda...

    6. Comece a pensar. E aí? O quê vês? Tais lembrando a festa sábado à noite? Tais escutando a música que tocava? Sente a fragrância do perfume daquela pessoa especial? Uhmmm... Essa é sua mente trabalhando! Tente se abster de tudo e apenas absorver uma imagem qualquer, olhe para algum ponto em específico. Este é seu sistema visual trabalhando. Ele, através de todo aparelho visual, faz a mensuração do campo visual observado e transmite as frequências de luz ao cérebro. A pergunta é “aonde o cérebro constrói estas imagens”? Lembre que não estamos pensando em nada, apenas recebendo estímulos visuais (eu sei que é praticamente impossível, mas tente imaginar um sistema ideal). Agora sim, passados alguns instantes, tente se lembrar da imagem anterior. Nossa... Praticamente a vemos como tal, claro que, devido a incapacidade do ser humano em gravar todos os detalhes, vemos mais simples, talvez com menos detalhes, mas a reconstruímos tal como se vê na tela de uma TV ou enxerga de fato, com as cores, com as configurações visuais. Assim, podemos concluir que no mesmo local em que se forma a imagem percebida, despida de processamentos mais elaborados, forma-se também a imagem do pensamento. E, analogamente, poderemos transferir estas considerações aos estímulos sofridos pelos demais sentidos, como o som e o olfato. Resta que algum neurocientista nos responda em que lugar há a construção da imagem, não o processamento, por que este é dado pelo cérebro como um todo, interligando diversas funções orgânicas do corpo humano, conforme for sendo tecida as remissões a memórias anteriores.

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  5. 7.A busca pela compreensão do funcionamento da mente não é uma atividade ressente. Essa jornada incessante deste ramo da filosofia remonta desde a época dos renomados filósofos gregos. Platão, por exemplo, semeou conceitos que viriam a florescer muitos séculos mais tarde no coração hiperativo da modernidade, através de pensadores inveterados, tais como Descartes. Entre auspiciosos filósofos modernos, que trouxeram grandes contribuições a esta vertente filosófica, encontramos I. Kant que corrobora com a linha de raciocínio que até então viemos analisando. Ressalto que, por ora, deixo de tratar do espaço físico aonde se constrói o cenário dos pensamentos, para imiscuir o campo do processamento cerebral na sua primordial tarefa de formar idéias. Kant já estudara este processo em seu tempo e conforme suas concepções, as quais permanecem válidas atualmente, basta que sigamos a nossa linha de inferências para verificarmos tal, o pensamento ou, em terminologia kantiana, o juízo se materializa pela concatenação das percepções sofridas pelo indivíduo. A unificação das impressões sensoriais (visão, audição, olfato, etc.), por intermédio de regras básicas, princípios extremamente fundamentais, desencadeados pela estrutura eletro-ativa do cérebro, é capaz de produzir os juízos, os pensamentos, talvez até– e agora me atrevo a arriscar com demasiada vontade e terei oportunamente a chance de transcrever explicações – a própria consciência. Kant nos seus “Prolegômenos” traz: “Pensar, entretanto, é unir representações numa consciência”; ele acrescenta: “Esta união é ou analítica, pela identidade, ou sintética, pela combinação e adição recíproca de diversas representações”; e reagrupando o conceito afirma: “A união de representações numa consciência é o juízo”. Não sei se todos conseguem notar, mas eu particularmente percebo uma incrível semelhança entre estas pequenas regras elencadas por Kant (identidade, adição, etc.), a priori e universais, em relação aos nossos famosos algoritmos computacionais. Veja: ambos, a princípio, trabalham por instrumentos... lógicos!

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  6. Infelizmente minhas limitações cognitivas não me permitem começar com poesias e belas metáforas... Entretanto, para que meu comentário não se esvaeça, permito-me citar Russell, suas sábias palavras servirão de bom introdutório.

    “As ciências se desenvolveram na ordem inversa à que se poderia esperar. O que para nós era mais remoto foi trazido primeiramente para o domínio da lei, e depois, gradualmente, o que estava mais próximo: primeiro o céu, em seguida a terra, e então a vida animal e vegetal, depois o corpo humano e por último (até agora muito imperfeitamente) a mente humana.”

    Difícil entender isso, pois nossa ciência deu conta de fenômenos de grande complexidade, enquanto o estudo da mente humana não parece ter obtido grandes avanços antes da década de 50. Talvez, isso se deva justamente às dificuldades envolvidas no estudo da mente, prova disso, é que após séculos ainda permanecem problemas de grande relevância filosófica e científica, como o que se faz presente na nossa atual discussão, o problema ontológico, ou problema mente–cérebro.

    Assumirei aqui uma atitude um tanto quanto pessimista em relação ao problema proposto, apenas para exaltar um pouco algumas dificuldades envolvidas. (obviamente esta não é minha posição.

    Há um artigo excelente do prof. João Teixeira, chamado Imponderável Mente. Neste, ele nos chama a atenção para alguns dados qualitativos envolvendo o cérebro, que normalmente são ignorados nas discussões filosóficas sobre o problema mente–corpo. Vou resumir alguma coisa, com o intuito de compartilhar com vocês.
    O prof. Teixeira ressalta que alguns dados quantitativos tornam o estudo do cérebro quase que impossível. Há um grande avanço nas pesquisas neurocientíficas, contudo, o cérebro é um órgão muito complexo, estima-se que o número de sinapses seja equivalente ao número de partículas existentes no universo.
    Lidamos com questões típicas da filosofia da mente, a cerca do cérebro, nos indagamos se o mesmo seria capaz de fazer uma descrição completa de si mesmo. Para testarmos nossas hipóteses acerca do problema mente-cérebro, teríamos que construir redes de neurônios artificiais que contenham o mesmo número de neurônios e sinapses do cérebro humano. A dificuldade está justamente em representar esta complexa máquina eletroquímica, com formato e arquitetura específica, e reproduzir determinado número de neurônios e sinapses. Representar os neurônios e sinapses é tarefa a ser realizada por um computador devido aos dados qualitativos com que estamos lidando. Estima-se que o número n de neurônios seja da ordem de 10 na décima segunda potência ou 10 na décima tercira potência, e o número de sinapses por volta de 10 na décima quarta potência ou 10 na décima quinta potência, e o cálculo das conexões binárias elevaria n a n ao quadrado. Este é um problema que talvez não possa ser resolvido por um padrão, ou seja, um algoritmo ou programa de computador. A complicação maior está envolvida com o tempo da execução do algoritmo que geraria a representação do cérebro. Isso nos remete ao que chamam de problema intratável, aquele que comporta uma solução algorítmica, porém, o tempo de execução o torna ineficiente. Poderíamos então pensar no aperfeiçoamento do hardware com o intuito de obter mais velocidade na execução do algoritmo. Contudo há um limite fundamental na velocidade dos computadores que não pode ser ultrapassado, tal limite deriva da idéia de que a velocidade máxima de transmissão de sinal entre os componentes internos de um computador é limitada pela velocidade da luz.
    Em um futuro podemos imaginar a construção de uma máquina que se aproximasse da velocidade da luz, mas ainda assim haveria problemas de complexidade transcomputável cujo processo algorítmico não pode ser obtido em tempo eficiente. O intervalo de tempo para alguns algoritmos transcomputáveis pode ser tão longo, quanto a própria idade do universo. Nas palavras do autor, a proposição estados mentais=estados cerebrais, é inverificável, pois verificá-la evolver-nos-ia num problema intratável.

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  7. O que torna a filosofia da mente uma disciplina formidável, é justamente seu caráter interdisciplinar, as descobertas nas neurociências, Física, psicologia cognitiva, lingüística, filosofia, I. A. Contribuem de forma significativa para elucidar as questões envolvendo o mental.
    Entretanto como é de praxe nas ciências, junto com novas descobertas, aparecem novas dúvidas, incertezas, novos problemas. E o filósofo da mente normalmente tem que acompanhar este progresso científico, e conviver com as novas descobertas e dificuldades.
    Um exemplo, a física. Sabemos que o princípio de divisão proposto por Descartes, não é mais tão plausível quanto em sua época. Churchland nos lembra que hoje já não é correto caracterizar a matéria como o que tem extensão no espaço. Os elétrons são partículas de matéria, mas as teorias atuais descrevem o elétron como uma partícula-pontual, sem nenhuma extensão, ele nem mesmo tem uma posição determinada no espaço.
    Enfim, o que quero ressaltar é que dependemos consideravelmente das descobertas científicas, e estas de nossa análise conceitual, analítica, e refinada. E apesar das dificuldades envolvidas, tento me manter esperançoso.

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  8. Obs. Onde escrevi qualitativo, quis dizer quantitativo,,
    Distração minha, desculpem...

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  9. Tentarei ser mais otimista...

    Podemos definir a inteligência como, a capacidade de resolver problemas.
    Pensar nada mais é do que realizar computações. Pensar é encadear proposições por meio de conectivos lógicos e usar isto de forma a resolver problemas,(algoritmo).
    O que nos distingue de outros animais, é nossa capacidade de produzir e manipular símbolos. Que por sua vez dão origem às atividades cognitivas superiores, como a Matemática e a linguagem.
    Quanto à 0’s e 1’s, as proposições podem ser representadas em termos de símbolos 0’s e 1’s, qualquer expressão pode receber um valor de verdade, onde 1 designaria expressões verdadeiras, e 0 expressões falsas.
    A mente opera como um sistema formal(algoritmo), ou seja, um conjunto de símbolos e de regras que nos permitem estipular as operações que podemos efetuar sobre esses símbolos.

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  10. 8. Parece que existem cerca de 86 bilhões de neurônios no cérebro humano, pelo menos é o que diz uma reportagem que li a respeito. Como anteriormente já havia comentado, a voltagem sináptica varia analogicamente, configurando, podemos dizer, inúmeras intensidades, mas, para fins apenas especulativos, imaginemos que a voltagem possa se estabelecer em 10 níveis diferentes (estamos digitalizando aquilo que é naturalmente analógico, coisa de ser humano). Consideremos também, alusivamente, que para cada neurônio ativo com uma determinada voltagem corresponda a um estado mental específico. Assim, tratando de um neurônio, de acordo com as regras estabelecidas, teríamos 10 estados mentais supostamente diferentes; conjugando dois neurônios, teríamos 10 x 10 possibilidades diferentes. Na verdade, se for pensar em todas as possibilidades de combinação entre neurônios, resultaríamos numa quantidade astronômica, para a qual tenho até dúvidas se existe denominação matemática (deve ter). O que vim afirmar neste excerto não é a correspondência de estados mentais a estados cerebrais, mas de fato, já mencionara o ilustre colega anteriormente, vim ratificar a complexidade das configurações cerebrais. E é, diante da intrincada rede cerebral, que encontramos os primeiros indícios da individualidade. Encontramos, quem sabe, uma justificativa natural para as diferenças tão gritantes entre indivíduos de uma mesma espécie. Comportamentos, emoções, sentimentos, desejos, se configuram de maneiras tão diversas e jamais se assemelham por inteiro quando comparados a outros da mesma espécie. Eles resultam deste sistema neuro-elétrico de proporções colossais, que, no entanto, não precisa mais do que o espaço físico da sua cabeça para existir e trabalhar. Literariamente, há um universo inteiro em cada um de nós.

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  11. 9. Parece bastante lógico que o cérebro, com toda a sua imensa capacidade já preteritamente comentada, sustenta os processos mentais. Ele seria, comparativamente, a unidade lógico-aritmética orgânica do corpo humano. Não estou dizendo que ele se reduz apenas a isto, mas vamos partir desta premissa geral e simplória para assim desenvolvermos o raciocínio. Recebendo informações externas (a ele mesmo), teria a função de processá-las e do processamento culminaria o que chamamos de mental (eu chamarei de pensamentos). Por que, de uma maneira bem clara e inteligível, a mente nada mais é do que estes pensamentos que habitam a nossa cabeça (ou algum outro lugar qualquer). Afinal são os pensamentos, com suas cores, sons, formas e intensidades, que identificam, na maior parte das vezes, a existência de algum processo mental ativo. Retorno a uma questão anterior: onde se passam os pensamentos? É perceptível que teremos maior facilidade em entender como se formam os pensamentos, a consciência, o processo mental como um todo, de que forma respondemos a estímulos e se originam os comportamentos, porque as regras, que ditam todo este tratamento, são dadas, a priori, em nosso cérebro de acordo com a lógica neuronal, como uma característica natural. Desta forma, pelo que passo a entender, aquela unidade de apercepção identificada por I. Kant, juntamente com as categorias intelectivas, responsáveis por estabelecer conceitos e juízos ou, em linguagem um pouco mais moderna e de forma mais abrangente, processos mentais, é tão biológica quanto o é a nossa capacidade de “digestão, mitose, meiose ou secreção enzimática”, nos termos de J. Searle. Como disse nosso amigo, de antemão, é talvez necessário se redefinir o nosso conceito de matéria, haja vista que os elétrons, prótons, nêutrons, além de outras partículas ainda menores, como os neutrinos, ou então, ondas elétricas ou magnéticas, fazem parte atualmente do cotidiano acadêmico-científico. Não de outra forma, temos assim partículas sem massa, ou seja, entidades que, a princípio, não ocupam espaço qualquer. Ah... Esperem, parece que, neste instante, passo a sofrer um derradeiro estímulo eletromagnético em minha cabeça... Senhores, é de conhecimento da física que a corrente elétrica gera ao redor de si ondas eletromagnéticas. Relembro a todos que nosso cérebro é uma verdadeira máquina orgânica eletro-ativa. Ou seja, verifica-se, com espantosa segurança, que todo processo cerebral é produtor de notáveis ondas eletromagnéticas, desta forma, podemos dizer que o processamento neuro-elétrico cerebral é alicerce para uma configuração eletro-magnética ainda pouco conhecida. E , sendo esta configuração de natureza eletro-magnética, não há que se falar de espaço necessário para que ela ocorra. Poderíamos até deduzir que este processo eletro-magnético do cérebro acontece nas redondezas da massa neuronal. Vocês sabem como a transmissão de rádio-difusão ocorre, pelo menos aquela forma pela qual você assiste TV utilizando as velhas antenas? Os sinais recebidos em casa pela antena de TV são ondas eletro-magnéticas que se propagaram através do espaço comportando imagens e sons...

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  12. 10. Bem, deixarei um pouco as antenas de lado para tratar de outros aspectos relevantes ao âmbito de conhecimento da filosofia da mente. É indiscutível que, em qualquer debate acerca da relação mente-cérebro, somos, em algum momento, taxados como adeptos de determinada vertente teórica, por aqueles que já as têm cristalizadas em seus cérebros “muito mais eruditos”. Enraizadas pela tradição filosófica, dois grandes gêneros de correntes teóricas divergentes e antagônicas são postulados como suficientemente capazes de abarcar toda e qualquer forma de raciocínio que se enverede pelos caminhos do estudo da relação mente-cérebro. O materialismo e o cartesianismo, sem dúvida alguma, são os dois maiores e mais estudados eixos da filosofia da mente. Conglomeram a grande maioria dos pesquisadores no mundo todo e as suas origens remontam aos primórdios do conhecimento humano. Contudo, o uso excessivo de terminologias arcaicas, provenientes dos não menos espetaculares filósofos tradicionais, acaba por enrijecer e obstruir toda a chance de se construir uma filosofia capaz de acompanhar os atuais avanços da ciência. Searle, em seu livro “A Redescoberta da Mente”, tece uma crítica audaz e incisiva com relação ao uso exacerbado da linguagem tradicionalista e o faz com razão, pois somos, tacitamente, direcionados para alguma destas duas teorias, como se o monismo fosse a única escolha compatível com o estudo científico e o dualismo a escolha oposta, levando a caminhos desconhecidos e míticos. Diante destas considerações, J. Searle afirma a falsidade destas concepções, tendo em vista serem embasadas em vocabulários antiquados, obsoletos e, por conseguinte, responsáveis pela criação de hipóteses, da mesma forma, falsas. É obvio que Searle, ao criticar ferrenhamente tais concepções, não o faz de forma a desprezar a tradição por completo. Ele se utiliza desta intensidade assertiva para nos fazer enxergar a evolução científica, para que fiquemos atentos às mudanças e cientes de que muitos conceitos cristalizados, pelo seu freqüente uso, devem ser adaptados e revistos. Por que a ciência não pode chegar a descobrir algum dia a existência de partículas mentais? Se isso algum dia acontecesse o dualismo tornar-se-ia monismo, ou o fisicalismo se converteria ao monismo? Parece mais lógico o cartesianismo se tornar uma teoria materialista, mas estas perguntas foram apenas retóricas e não devem ser respondidas. A questão fundamental é: porque devemos escolher qualquer uma destas teorias e, assim, tornar-nos fadados ao limite de linguagens e terminologias ultrapassadas, cerceando a capacidade evolutiva da nossa pesquisa?

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  13. Meu objetivo não era quantificar as estruturas cerebrais apenas para demonstrar sua complexidade. Quando cito alguns dados quantitativos do nosso aparato cerebral, meu intuito é o de apenas chamar atenção para algumas dificuldades de complexidade computacional envolvidas ao se verificar nossos processos cerebrais.

    O problema é que, ao mesmo tempo que parece lógico que o cérebro sustente os estados mentais (parafraseando nosso colega), tal suposição acarreta dificuldades até o presente momento, insuperáveis. Não sei até onde podemos inferir com alguma veracidade, quanto ao caráter emergente de estados mentais às ondas eletromagnéticas. Além do mais, as ondas eletromagnéticas produzidas pelo cérebro não são tão notáveis, são bilhões de vezes mais fracas que o fluxo eletromagnético produzido pelas estações de rádio. Não sei também, se os pensamentos devem obrigatoriamente ocupar uma determinada posição em algum lugar.
    Apesar do grande conhecimento adquirido nos últimos anos sobre o cérebro e suas especificidades neuroquímicas, permanece ainda, um hiato entre os níveis de explicação físico/mental. Não podemos esquecer que as técnicas de mapeamento cerebral, são um tanto ingênuas, e dependem consideravelmente da introspecção do indivíduo analisado.
    Como estados cerebrais podem gerar estados subjetivos? Como reduzir uma linguagem psicológica à uma linguagem puramente extensional como a das ciências físicas? E o problema da indeterminação da tradução? Como identificar uma crença ou desejo em um substrato físico?

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  15. Procurarei limitar as especulações, e me arriscarei mesmo que provisoriamente a defender uma posição. Apesar de, eu mesmo ter exposto algumas objeções, acho que uma postura funcionalista é uma boa alternativa às teorias de identidade e fisicalistas.
    Assumindo uma postura Dennettiana, podemos definir o mental como termos teóricos, uma interpretação do que ocorre nos nossos cérebros e se manifesta na forma de comportamento. Não precisamos atribuir uma ontologia ao mental, pois ele é um conceito operacional, uma construção teórica útil. Nossos estados mentais são como centros de gravidade, ou linhas imaginárias, referem-se a padrões reais no mundo. Desta forma evitamos reduzir uma proposição ou um termo intensional à uma base física.

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  17. Deive 10.

    Quanto ao motivo de sermos direcionados para algumas destas duas teorias, se deve ao simples fato de que uma postura monista estipula que nossa realidade seja constituída de apenas uma substância, a saber, a matéria, (seja lá o que isso for). Enquanto que uma posição dualista estipula que além da matéria, há outra substância, a mental.
    Assim a questão do monismo ser a escolha compatível com o estudo científico, já se mostra óbvia, deve-se simplesmente ao fato de que uma posição monista recorre à uma maior simplicidade. O que quero dizer pode ser ilustrado com o argumento da navalha de Ockham, onde postula que, “não devemos multiplicar entidades alem do estritamente necessário para explicar os fenômenos.”
    O dualista postula a existência de duas entidades, e duas propriedades, e sem nenhuma vantagem explicativa. E quanto à estes recursos explicativos, o monista dispõe de séculos de teorias físicas, químicas e biológicas. E o que podemos falar do dualista e seu mental? Como já disse o prof. Teixeira, o dualismo é uma filosofia sem agenda, na medida em que este nos impediria de construir uma ciência da mente, já que estaria fora do alcance de nossas investigações científicas.
    A questão do porque devemos escolher qualquer uma destas teorias, me parece já estar respondida. Quanto às linguagens e terminologias ultrapassadas, obviamente devemos nos preocupar com isso, e creio que a filosofia faz com muita perspicácia este trabalho conceitual em relação às ciências. Mas não nos esquecemos de atentar para o fato de que a física de Newton ainda nos serve de base para muitas de nossas teorias, mesmo depois de confrontada pela relatividade de Einstein, e as teorias da física quântica.

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  18. Debruçamo-nos sobre a Filosofia da Mente, e o que podemos preliminarmente identificar é que de um modo geral problemas conceituais sempre permearam esse âmbito, e não será diferente com o problema mente-cérebro.

    Diante disso, para reforçar alguns pontos que discutiremos muito, temos as principais teorias que afirmam que mente e cérebro são a mesma coisa, como o materialismo (estados mentais como variações de estados físicos), de outro lado o dualismo que se ocupa da negação da mente e cérebro como mesma coisa (estados físicos diferentes de estados mentais), além de outras correntes que buscam desfazer o conceito de mente e outras ousadas como o funcionalismo.

    A filosofia incansavelmente busca os meios lingüísticos mais adequados para representar o interno humano com o mundo real de maneira verdadeira e coerente.
    J. F. Teixeira levanta uma questão intrigante sobre a psicologia - ou melhor – o destino da psicologia dentro das discussões mente-cérebro, porém ao mesmo é impossível tomarmos uma posição definitiva nesse sentido, mas o que se pode destacar e que já foi discutido nesse grupo é a necessidade de uma reforma na psicologia, a começar pelo diálogo com as outras ciências da mente, e com a própria neurociência.

    Em ato continuo Teixeira já disse segundo Dennett que a mente não é nenhum tipo de substancia especial, diferente do corpo, como queria Descartes, e tampouco uma mera ilusão linguística, que seria desfeita com o desenvolvimento da neurociência, tornando a psicologia uma disciplina dispensável. E ainda "a psicologia precisa sim encontrar sua especificidade, mas que isso não se dará a despeito de um isolamento teórico, ignorando o que vem sendo contruído pelas outras disciplinas".

    Como já citado no blog, segundo Rafael de Oliveira Vaz, “a mente é um problema filosófico porque a sede do pensamento seja cérebro, espírito ou propriedades supervenientes, é a pedra fundamental da visão de natureza humana e de suas conseqüentes propriedades, conceitos necessários para qualquer ontologia que inclua o homem (e suas peculiaridades) dentre os entes que dela façam parte.”

    Bom, será possível uma conceituação de mente sem que esta gere controvérsias? Seria mente e comportamento sinônimos ou um "causa" do outro? Mente e corpo seriam a mesma coisa, ou substâncias diferentes?

    Vamos desenrolar isso, que tal?

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  19. Deive,

    não sou Neurocientista, mas, vou tentar responder sua pergunta:Resta que algum neurocientista nos responda em que lugar há a construção da imagem, não o processamento, por que este é dado pelo cérebro como um todo, interligando diversas funções orgânicas do corpo humano, conforme for sendo tecida as remissões a memórias anteriores.

    Conforme Gazzaniga, Michael S.(2002, p. 168)
    "A informação visual está contida na luz refletida dos objetos. Para perceber os objetos, necessitamos de detectores sensoriais que respondam a luz refletida. Á medida que a luz passa atravéz da lente do olho, a imagem é invertida e se projeta para convergir na superfície posterior do olho, na RETINA. A camada mais profunda da retina é composta de milhões de FOTORRECEPTORES, cada um contendo moléculas sensíveis a luz, ou fotopigmentos. Quando expostos á luz, os fotopigmentos tornam-se instáveis, alterando a sua conformação. Sua decomposicão altera o fluxo de corrente elétrica ao redor do fotoreceptor. Essa mudança induzida pela luz dispara potenciais de ação nos neurôneos ao longo dessa via. Assim os fotoreceptores traduzem um estímulo externo, a luz, em sinal interno neural, a detecçào desse estímulo."
    A imagem é contruída na retina e enviada através do nervo óptico para o sistema nervoso central.

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  20. Agora, quanto a ter uma postura monista ou dualista, creio que o monismo seja um tanto quanto tentador. Para a psicologia ele poderia ser o fim ou o começo de novos tratamentos, assim como para os neurocientistas.
    Poder explicar como uma pessoa após sofrer um traumatismo craniano pode perder apenas uma parte da sua memória,e manter outras lembranças, ter alteração no comportamento entre outros danos neurológicos.
    Mas enquanto ele não chegar a sua ascensão, não podemos descartar o dualismo!!!!

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  21. Refutação a impossibilidade aparente da tese da sustentação mental pelas ondas eletromagnéticas:

    O fato é que ondas elétricas produzem, com proporções similares, campos eletromagnéticos ao seu redor, sendo esta uma propriedade física. Concordo com o ilustre L. Barcelos que atualmente desconhecemos a causação da existência de um campo eletromagnético superveniente das configurações eletroquímicas do cérebro, contudo este efeito físico existe, muito embora pouco estudado, e se reduzíssemos suas possibilidades deveríamos igualmente reduzir a capacidade eletroquímica cerebral no que diz respeito a sua função no processo mental. Sabemos também que a intensidade destes campos acompanha, conforme teoremas físico-matemáticos, a proporcionalidade da corrente elétrica geradora. Diante do exposto, é completamente presumível que, numa dada hipótese, não haja a necessidade de o campo eletromagnético cerebral ter proporções nos moldes daquele gerado por torres transmissoras de radiodifusão. Afinal de contas, não acredito que meus pensamentos se dêem em lugares tão distantes assim do meu cérebro. Penso até que a dificuldade em recordarmos imagens e sons detalhadamente se deve ao fato de que realmente as proporções eletromagnéticas do nosso cérebro sejam ínfimas e fragmentárias. Ilustrativamente, posso concluir, a partir deste raciocínio, que processos mentais/cerebrais se dão muito próximos à caixa craniana (dentro e ao seu redor).

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  22. Refutação a opção pelo funcionalismo:

    A vertente funcionalista traz algumas boas explicações no trato dos processos cerebrais. Conforme já explanei anteriormente, a atividade eletroquímica neuronal trabalha utilizando-se de processos estritamente lógicos, mesmo que seja através de parâmetros um tanto quanto incomuns, diria até que realmente muito complexos, entrando agora no mérito anterior de Barcelos. Todavia, o problema do funcionalismo é que ele não funciona, pelo menos não de todo. Ele explica apenas a maneira como se desenvolve os processos de escolha e inferência, mostra como inputs se transformam em outputs, como estados mentais se relacionam com comportamentos, mas infelizmente peca por morrer na praia. Pergunto ao nobre amigo Barcelos, como já o perguntara aos neurocientistas de plantão, onde habitam estas tão vivazes cores que vejo ao fechar os olhos, quando me remeto a uma recordação, figurativamente falando, de extrema energia e intensidade, ou quando imagino algum lugar que, se quer, nunca existiu, onde estão estas imagens que desfilam a todo instante enquanto estou acordado ou, até mesmo, enquanto repouso, como se existisse uma espécie de monitor implantado em meu cérebro? Reitero que as escolhas, as opções de imagens, sons, etc., se dão por processos que podem ser explicados pela teoria funcionalista, contudo ela simplesmente omiti explicações a respeito daquela que considero uma das mais empolgantes e intuitivas questões referente a filosofia da mente, tendo em vista ser algo continuamente presente em nossa atividade mental, e que, por tudo isso, não deve ser desprezada. Além do mais, considerando as variedades funcionalistas, como a IA forte (nos termos de Searle), é uma falta de bom senso acreditar que um arranjo adequado de tampinhas de garrafa, como hipoteticamente traz J. Teixeira, possa configurar processos cerebrais e, por conseguinte, mentais. Não consigo conceber pensamentos (em toda sua estrutura áudio-visual) nascentes de tampinhas de garrafa. No máximo teríamos um aparato sofisticado capaz de transformar inputs em outputs de acordo com regras preestabelecidas, mas sem consciência qualquer. Talvez, assim pelo menos é o que parece, para construirmos uma máquina complexa o suficiente para reproduzir adequadamente os processo cérebro-mentais seria necessário componentes que reproduzissem, de maneira eficaz, os nossos neurônios e suas propriedade bioquímicas. Bem, conjecturo com J. Searle e, sem ressentimentos, considerando a superficialidade do pouco acima exposto e que, de resto, concordo com as palavras de Barcelos, reproduzo, com intencionalidade irônica, uma conclusão de Searle a este respeito: “Se você está seduzido pelo funcionalismo, creio que não precisa de refutação; você precisa de socorro.”

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  23. O questionamento, realizado por Monique, é extremamente pertinente e é por conta destas controvérsias, que a meu ver, na sua maior parte, apenas desgastam a discussão filosófica, que me desvencilhei a redigir o tópico 10. Mas, creio eu cara Monique, por mais incansáveis que sejam nossas tentativas em despir-se do tradicionalismo intrincado e retrógado, causador de tantas desavenças, ainda restaram ineficazes. O mais importante seria que todos os filósofos e cientistas da mente partissem de conceitos simples e identificáveis objetivamente, entretanto outras asserções, haja vista sua ontologia subjetiva, não devem ser relegadas ao esquecimento; que não se deixe de construir conjecturas as quais, pela simplicidade aparente, tornando-se tão óbvias, são muitas vezes desprezadas; que não se omitam conceitos presentes e definitivamente reais na vida mental do ser humano em prol de uma objetividade ilusória e falseada.

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  24. a briga está ficando boa!

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  25. Caro Deive,

    Suas questões são pertinentes, este é o preço que tenho que pagar por tomar uma posição.

    Como anteriormente mencionado, tomo esta posição provisoriamente, digo isto porque estou ciente de que como as demais teorias, ela é passível de fortes ataques, mas o fiz para que nossa discussão pudesse tomar estas proporções.

    Escolhi o funcionalismo, pois, a meu ver, os ataques às demais teorias são demasiadamente mais fortes, e também porque, o funcionalismo implica em um grande programa teórico à psicologia e demais ciências cognitivas. O funcionalismo é a esperança futura de um programa metodológico a favor da reformulação e cientifização da psicologia da qual nos relatou nossa colega Monique. Eu Desafio às demais teorias materialistas a realizarem tal empreendimento.

    Quanto ao questionamento do nosso colega, sobre onde habitam as imagens e cores, quando este fecha os olhos e imagina um lugar. Podemos supor a princípio que Deive esteja se referindo aos qualia, experiências subjetiva de cores, sons, sensações etc.
    Acho que a pergunta não deve ser direcionada ao funcionalismo, partindo do pressuposto funcionalista do que é um estado mental, não faz sentido perguntar onde ficam estes estados. O funcionalista não nega que símbolos possam surgir de sinapses etc... Mas faz sentido procurá-los em correlatos neurais?
    O que o funcionalismo propõe é que se reconheça a realidade do mental. Um software ou uma mente trabalha de acordo com um conjunto de regras lógicas, e o que faz com que o cérebro trabalhe com estas regras lógicas, não é uma propriedade especifica deste cérebro. As leis da lógica não são redutíveis a uma base física. Os conteúdos mentais requerem um nível de explicação próprio, ao se verificar os processos bioquímicos envolvidos em um ataque de pânico ainda assim não saberemos do que determinada pessoa tem medo. Veja bem, não se afirma que o mental não seja criado pelo cérebro, mas sim, que o mental não se reduz a ele. Observe que o ataque funcionalista está em se reduzir o mental ao físico, ou em afirmar alguma identidade entre ambos.
    Penso que a questão levantada deve ser feita às teorias reducionistas e fisicalistas, em partes concordo com Deive, sobre a possibilidade das ondas eletromagnéticas citadas anteriormente, O ponto é que não há como reduzir o mental á estas ondas, mesmo que elas até possam instanciá-lo. Nosso colega Deive obviamente tem a vantagem de não optar por uma posição, mas, ao afirmar quanto às ondas, sua questão recai sobre ele mesmo, duvido que consiga encontrar suas imagens e cores nas ondas eletromagnéticas. Note que esta não é uma preocupação funcionalista. E levando em consideração as definições funcionalistas e Dennettianas de mente, anteriormente citadas em outros comentários, permito-me citar nosso ilustre N. Machado (2006) que diz, “A maioria dos qualia nada mais são do que algoritmos de compressão momentaneamente úteis enquanto explicativos; ou seja, tais entidades (qualia) não seriam causadas na base do cérebro e viriam a adquirir um status ontológico diferente da base que os causa. Essa passagem não é suficiente ou ela implica em dualismo, ou implica em algum tipo de materialismo emergentista, logo, esses eventos seriam ficções úteis, nada mais.”

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  26. Quanto ao arranjo de tampinhas do Deive e sua crença de que elas não possam pensar, duvido que nosso colega se recuse a aceitar que uma calculadora pensa.
    Segundo a tese da múltipla instanciação, poderíamos rodar o software/mente em diferentes substratos físicos, se dois sistemas forem capazes de executar as mesmas funções, eles são equivalentes.
    O funcionalismo propõe uma ciência da mente, e não está preocupado com a forma com que o substrato físico produz o mental. Estados mentais são proposições, estas representadas através de sentenças da linguagem. Estas sentenças são símbolos, pensar é manipular símbolos. O mental seria um conjunto de proposições que se tornam sentenças em nossas “cabeças”. O funcionalismo se envolve com o estudo de como se relacionam estas sentenças, e as regras lógicas de sua organização, isto nos permitirá entender o pensamento, vejam que se constitui em um favorável programa teórico para psicologia.
    Voltando às tampinhas, segundo a tese supracitada sobre a capacidade de executar as mesmas funções, as tampinhas poderiam estar arranjadas na forma de uma máquina de Turing, e através dela manipularíamos um algoritmo, eu diria que nestas condições o arranjo de tampinhas pensa. Claro que o arranjo é consideravelmente inferior ao arranjo dos computadores modernos.
    Quanto à ironia de Searle e de nosso colega, creio que se faz necessário dirigirmos possíveis refutações às teorias, assim podem elas progredirem em suas apostas. Quanto ao socorro, não há uma teoria materialista na filosofia da mente que não necessite de uma assistência ou ajuda advindas de outras áreas, ou como queiram um socorro.
    E apesar das dificuldades encontradas, como algumas expostas em relação à replicação computacional das funções cerebrais, acho inviável refutar o funcionalismo, sendo que este poderá apresentar a futura concretização de uma ciência da mente, e conseguintemente a demarcação do âmbito do mental.
    Considerando uma boa teoria, por ora, o funcionalismo é minha posição final.

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  27. Michele,

    Porque não podemos descartar o dualismo?
    Acho até que sua utilidade limita-se a nos propor objeções, para que possamos corroborar nossas teorias.
    Vou me repetir, e ousar afirmar, que o monismo materialista apesar das grandes dificuldades, chegou sim à sua ascensão. Se o dualismo estipular uma substância com algumas propriedades diferentes do material, contudo, a mesma estiver sujeita às leis físicas, ou que esta possa nos ser útil para dar conta da explicação e previsão de fenômenos, ainda teríamos uma teoria materialista. Não sei se poderíamos estipular um dualismo nestes casos. Observe que, mesmo construções teóricas úteis não implicam um dualismo, apesar de serem diferentes e não redutíveis à matéria.
    Mas vou supor que você se refira a um dualismo do tipo tradicional, se o mesmo, conseguisse provar a existência de uma alma, o que poderíamos fazer a respeito? O que sabemos sobre isso? Teríamos de esquecer nossos teóricos e se voltar à obra de Chico Xavier?

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  28. Luiz,

    apenas pelo fato de não sabermos aonde estao os pensamentos e a conciência, podemos identificar através de neuroimagens qual região do cérebro é estimulada ao pensar no alimento que mais gostamos quando estamos com fome, mas não podemos saber apenas olhando a imagem qual é este alimento, e nem em que ponto acontece a transfência de informações do pensamento para que as células sejam estimuladas a realizar sinapses. Onde isso acontece? como? o pensamento pode ser algo material? e nesse caso será alguma substancia ainda não descoberta pelos cientista? se vc acha que o monismo já chegou a sua ascensão como expliaria isso? pois acredito eu que para descartar alguma teoria é preciso explicar estas questões que são feitas a séculos se não fossem estas questões nós não estariamos aqui discutindo.
    Se vc for analizar o comportamento de alguém por exemplo, pode até ser vc mesmo, supondo que vc seja um advogado, esteja procurando um emprego e alguém lhe oferece um emprego de balconista de supermercado,certamente se esta pessoa sabia que vc é um advoado vc iria ficar intrigado, mas, se este mesmo emprego lhe fosse ofertado quando vc tinha 16 anos e nunca havia trabalhado em outro lugar vc iria se alegrar. Como explicar a evolução da mente? a mudança de comportamento após adquirir conhecimento, conhecimento esse que estimula pensamento diferentes, se nós crescemos e aumentamos nossa estatura, peso, tamanha do pé, etc., de que forma a mente evolue? será possível provar que mente é alguma substância material que podemos sempre carregar conosco sem que ela ocupe algum lugar como o nosso cabelo por exemplo?

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  31. caros colegas,

    fico muito feliz ao acompanhar essa discussão no blog, coisa que a tempo não acontecia...

    penso que seria demasiadamente tediante ter de voltar frase por frase para fazer ponderações, todavia, não vendo outro caminho, vou arbitrariamente puxar de volta afirmações que não foram muito bem digeridas por mim...

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  32. Vou resumir o que entendi acerca de:

    Deive:

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  33. 1) Para você a mente emerge do cérebro

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  34. 2) o seu tópico 6 parece não derivar de seu tópico 1 onde afirmas que a mente emerge do cérebro, e dos seus outros tópicos anteriores a 6. Lembranças de imagens, sons e cheiros parecem mais remeter ao cérebro do que a mente... neurocientistas não precisam recorrer à mente para explicar como se dão estes processos. Caberia mais a frase "Este é seu cérebro trabalhando". Ainda neste tópico, outro ponto conflitante é quando perguntas onde o cérebro constrói as imagens de que nos lembramos, como se devesse haver um só lugar, do tipo "neurônio 157, 159,189". Este é um ponto conflitante pois pode ser que este processo ocorra de forma distribuída pelo cérebro, ou para alguns, que este seja um processo mental. Sendo assim, não dá pra dizer que esta seja a pergunta mais importante, afinal, o cérebro constrói mesmo imagens?

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  35. 3) no seu tópico 7 é muito intrigante a frase: "Ressalto que, por ora, deixo de tratar do espaço físico aonde se constrói o cenário dos pensamentos, para imiscuir o campo do processamento cerebral na sua primordial tarefa de formar idéias." Pelo que entendi (ou não entendi) parece que estás a afirmar que os pensamentos se formam em bases físicas, e que as ideias se formam no cérebro (o que também me parece uma base física), parece que estamos saindo de uma base física para adentrar em outra... estranho

    4) do seu tópico 9 tenho um arrepio só de começar a ler: "Parece bastante lógico que o cérebro, com toda a sua imensa capacidade já preteritamente comentada, sustenta os processos mentais." Como assim lógico? esta parece mais uma afirmação sem justificativa, sem sentido...por que diabos o cérebro deveria sustentar os processos mentais? Não há nenhuma ligação causal entre pensar em uma caneta e perceber que neste momento determinada área do cérebro está cintilando em uma neuroimagem...podem ser apenas dois acontecimentos paralelos, sem correlação alguma...em outras palavras, não dá para bater o martelo, toda conclusão tirada desta situação será arbitrária, pois não há como ter certeza de nada...devemos neste caso suspender o juízo, ao invés de tecer especulações. Depois não entendi o que isso teria a ver com o resto do seu tópico...

    5) to seu tópico 10, sobre os conceitos ficarem obsoletos para aplicações atuais, posso acrescentar (a partir da minha linha de raciocínio) que sempre que estamos a falar de um conceito/coisa devemos buscar conceituar isto para a partir daí iniciar uma discussão. Ainda neste tópico, me chamou a atenção a seguinte frase: "Por que a ciência não pode chegar a descobrir algum dia a existência de partículas mentais?"...baseado em seus comentários anteriores, por que essas partículas seriam mentais ao invés de cerebrais? (a não ser que elas não fossem descobertas no cérebro, e sim em outra parte do corpo, ou até fora dele!)...

    6) do seu tópico "Refutação a impossibilidade aparente da tese da sustentação mental pelas ondas eletromagnéticas"(sic), não vejo que esta seja uma forma suficiente de justificar a proposição de que processos mentais/cerebrais ocorram "muito próximos à caixa craniana (dentro e ao seu redor)"...

    7)sobre seu tópico "Refutação a opção pelo funcionalismo"(sic), não entendi bem em que ponto está a refutação do funcionalismo...percebi que você tentou dizer que o funcionalismo peca por não responder adequadamente a questionamentos oriundos de outras teorizações (as de Searle) e que por isso o funcionalismo deveria ser descartado...Bom, isto está mais para um questão de filosofia da ciência do que para filosofia da mente. Duas teorias divergentes possuem não só respostas diferentes para os problemas, mas também problemas diferentes a serem resolvidos. Para o funcionalismo a questão de saber onde o cérebro produz a mente (e todos seus derivados que se queiram atribuir) não é uma questão pertinente... os funcionalistas podem simplesmente não ter a certeza de que isso ocorre, ou podem se perguntar se de fato o cérebro produz a mente e seus derivados, sem chegar a uma resposta definitiva...

    O Luiz eu deixo pra responder outro dia! hsuahsuiah

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  36. Luiz,

    1) Muito bom você ter lembrado do imponderável mente...muitas vezes vemos alguns ataques ou mesmo defesas de teses que parecem ignorar completamente estes dados, especulações que muitas vezes extrapolam os méritos da ciência e só atrapalham nosso trabalho...

    (se alguém quiser eu tenho a referência do texto...)

    2 ) Agora quando falas que : “Pensar é encadear proposições por meio de conectivos lógicos e usar isto de forma a resolver problemas,(algoritmo).” , penso que o termo técnico a se usar aqui seria “raciocinar” ao invés de pensar... talvez eu esteja errado também e isso não faça diferença...

    3) A tua especulação sobre os símbolos também parece interessante, todavia, posto desta forma pode parecer que 0’s e 1’s são uma boa forma de se pensar a mente e/ou o cérebro... no caso específico do segundo, pesquisas mostram que mais do que uma máquina binária semelhante aos computadores digitais, o cérebro é uma máquina química. A maioria das proezas realizadas por este órgão se dão por conta de sua imensa flexibilidade dada pelas sinapses químicas. Elas que são responsáveis pelo imenso número de respostas e pela adaptação dos seres ao meio em que vivem...uma sinapse química envolve muito mais complexidade na medida que ligadas a ela estão os neurotransmissores, que possibilitam as mais variadas combinações e tipos de respostas...
    as sinapses elétricas (0’s e 1’s) estão mais vinculadas a respostas involuntárias e às partes mais primitivas do cérebro...apesar de sua maior velocidade em relação as sinapses químicas, elas não possibilitam muita variação/flexibilidade, o que é uma grande desvantagem...

    4) o que eu fico pensando é que para a ciência cognitiva, que busca simular as capacidades mentais humanas em computador, fica muito difícil resolver isso partindo da ideia de que somos manipuladores de símbolos (0’s e 1’s) pois parece que não é possível simular a grande complexidade do cérebro/mente a partir deste modelo binário...isso pode ser visto nas pesquisas em IA conexionista, que utiliza modelos cerebrais para treinar sistemas computacionais para tomarem decisões, mas nisso o Egon poderia melhor nos auxiliar...

    5) um ponto que deve ser ressaltado é este quando você fala das implicações acarretadas pela impossibilidade de simulação completa do cérebro em computadores devido a problemas do tipo NP (para saber mais sobre este tipo de problemas, ver TEIXEIRA, J, T. Mentes e Máquinas, disponível online)...e também em relação a ingenuidade das técnicas de mapeamento cerebral...há muitos problemas em se afirmar que estamos diante do lócus cerebral por exemplo da saudade baseados em uma ressonância magnética, pois como bem lembrado, isso depende de uma introspecção, que é uma técnica muito questionável e muito pouco confiável...

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  37. MICHELE

    1 )A questão de descartar ou não o dualismo não tem nada a ver com aceitar ou não o monismo...
    Poderia ocorrer de descartarmos o dualismo sem ter alguma outra boa teoria para assumir o seu lugar, assim como poderíamos quando estamos buscando uma nova fórmula de um medicamento, muitas são descartadas mesmo sem termos encontrado a fórmula ideal...um dos principais ataques ao dualismo é quanto a sua incapacidade de explicar como estados mentais podem passar a estados físicos...e por não encontrar soluções válidas no dualismo podemos sim descartá-lo, porque suas premissas são incompatíveis com suas conclusões...

    2) Outra questão é este seu último post, onde encontramos várias perguntas embaralhadas...muitas delas não fazem parte das perguntas a serem respondidas pelos monistas, talvez não da forma como foram colocadas...

    por exemplo, a questão de saber “em que ponto acontece a transferência de informações do pensamento para que as células sejam estimuladas a realizar sinapses.”
    Não é consenso acreditar que isso aconteça desta forma, que o pensamento ative/estimule os neurônios...há quem até descarte que exista “pensamento”e trate tudo isso como uma questão puramente cerebral...e eu não estaria tão disposto a ir contra esta posição...

    Também não me parece ser preciso responder todas as questões de uma determinada teoria para descarta-la... mais uma vez isso parece requerer um pulo na filosofia da ciência... para que uma teoria seja refutada é necessário apenas que uma de suas premissas sejam falsas...por exemplo, se descobrirem que ninguém “constrói” o seu conhecimento toda a pedagogia iria por água abaixo (ou pelo menos deveria ir! Husiahsa) mas isso já é outra questão... voltando ao assunto, não faz sentido dizer que para refutar uma teoria temos que primeiro responder todas as questões postas por ela, até por que estas perguntas só fazem sentido dentro do quadro de referências daquela teoria em específico...

    Bom, já dá pra começar uma briguinha, shaushaiush

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  38. "“em que ponto acontece a transferência de informações do pensamento para que as células sejam estimuladas a realizar sinapses.”
    Não é consenso acreditar que isso aconteça desta forma, que o pensamento ative/estimule os neurônios...há quem até descarte que exista “pensamento”e trate tudo isso como uma questão puramente cerebral...e eu não estaria tão disposto a ir contra esta posição..."

    ADOREI!!!!! Eduardo, de fato, essa é uma briga que eu também não estou tão disposto a encarar!

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  39. Eduardo,

    2) Em se tratando de termos lógicos, concordo com você, raciocinar, parece ser o termo correto a se usar. Mas, levando em consideração um algoritmo de compressão, nossos pensamentos de crença, desejo, etc.. Enfim, aí também não sei...

    3 e 4) Você faz uma ótima colocação referente à dificuldade em se pensar o cérebro como 0’s e 1’s , concordo quanto à isso. Tentei expor anteriormente que o mental na forma de um algoritmo, manipularia as proposições e regras, e que, estas operações lógicas poderiam ser representadas em termos de 0’s e 1’s. Mas, como você bem lembrou, ficaria difícil simular a complexidade da mente a partir do modelo binário. Pois é, isto parece ser um problema sério a ser resolvido.

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  40. Luiz,

    Hoje disponibilizamos estruturas lógicas avançadas que não trabalham apenas a partir de 0's e 1's...

    talvez seu intuito inicial não seja ruim de modo algum!...OK!

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  41. Bom dia a todos os membros do grupo de pesquisa Filosofia da Mente e Ciencias Cognitivas. Parabéns pela excelente publicação. Um forte abraço Nivaldo, do seu amigo, admirador e ex-aluno Rafael, que está no Chile, fazendo Intercâmbio pela UNIDAVI.

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