7 de julho de 2016

Representação e a figura do observador

Vitor Silva Tschoepke


O uso teórico da representação enfrenta, entre outros, dois tipos de inconsistência: a representação exigir a figura do agente para o qual ela será representativa, o que leva ou à circularidade ou ao regresso infinito, e a decorrente desta, que é a dificuldade em se conciliar uma descrição em termos representativos com outras categorias científicas mais fundamentais. A proposta deste trabalho será, para a solução desses problemas, a identificação de um processo referencial partindo da correlação entre estados de um sistema físico. Será apresentada uma dedução de como a superposição dos momentos da história causal de um sistema pode resultar em uma estrutura autorreferencial.

4 comentários:

  1. Muito bacana este texto. O representacionalismo parece perpassar uma gama muito significativa de teorizações nas mais diversas esferas. O problema da circularidade e do possível regresso ao infinito são, de fato, basilares na tentativa de defesa desta tese.
    Já tive alguns embates com filósofos da mente de orientação fodoriana, bem como, filósofos da psicologia que pareciam indentificar a proposta fenomenológica a algum tipo de representação.
    As discussões em nível filosófico até possuem boa consistência tanto em nível de ataque quanto em defesa do representacinalismo. Todavia, o uso psicológico é muito preocupante pelo praticamente total descuido do uso do termo... e, creio eu, implicar até em práticas clínicas perigosas.

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  2. Cada estado em um instante particular é composto:


    b) por sua determinação como componente de um estado futuro, resultado do como foi constituído. O estado futuro ainda não existe, porém já existe uma referência a este estado futuro decorrente de sua dinâmica interna.

    [...]Da mesma forma, o estado faz referência aos estados futuros dos quais ele será componente, como consequência da dinâmica pela qual ele foi formado. E assim, de forma generalizada, cada estado do sistema faz referência ao processo de superposição no tempo que o estabeleceu.

    O Processo de superposição é mesmo harmonioso, se obedecidos todos modelos até então patenteados e descritos na ciência. O que parece “sobrenatural” é usar o tempo para generalizar cada estado do sistema.
    Não sou eu “ Edson”, que discordo. As leis universais são claras e estão aí para qualquer um observar, a POSTERIORI. Basta observar, mesmo que não consiga faze-lo a PRIORI. Kk.
    O tempo instaura oque?
    Bom se a gravidade é uma lei universal ela está intimamente ligada ao tempo, logo este tempo é universal. E se todos estamos no mesmo tempo, não há, com o que alterá-lo. A autonomia do tempo é natural a qualquer ser humano. Se o tempo é universal “também” é autônomo.
    O tempo tem sua duração interna sua bateria, mas não sabemos ainda como esta bateria é operada. Sabemos que baterias são formas de energias, “logo”: elas possuem duração.
    Bom se o tempo tem duração, logo ele é uma bateria, se ele é uma bateria, logo ele é energia; então podemos definir tempo como: energia. Mas ele também é tempo e se funde em um só. Bom se ele se funde em um só, logo é universal, e indivisível, por que todos usufruem dele sem distinções. E também aquilo que é universal, logo, não pode deixar de ser universal por simples vontade humana.
    As leis naturais são autônomas e não se regem pela vontade humana. “Se não pode ser divisível será sempre novo” – portanto o tempo parece ser realmente indivisível. Assim como o átomo o é.
    Pois bem (Se é universal e indivisível, podemos dizer que o tempo não é permitido que se altere seu estado natural, sem que se encontre outro elemento universal que participe disto).
    O tempo não produz pausa, assim é o tempo. Ele é regido pela gravidade, que norteia os corpos. Gravidade e tempo se comunicam autonomamente.
    Para que se perguntar, se o tempo pode ser outro a não ser o estabelecido autonomamente pela natureza?
    Bom, estou aqui para contribuir e somar. Que texto Maravilhoso. Alto nível. Abraço a todos.
    Nivaldo tudo de Bom e coloca um vídeo no face, tocando com aquele violão na Praia.
    Edson Stofela

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  3. Meus agradecimentos ao Professor Nivaldo Machado e ao pessoal do blog pela oportunidade de divulgação.

    Caro Edson, o texto não tem por escopo uma discussão sobre a natureza do tempo, e isso é, na verdade, desnecessário para o argumento. O sentido de tempo pretendido é um sentido comum. O critério de ordenação de eventos por seu caráter sucessivo pode ser chamado de "tempo", mesmo sendo um tempo subjetivo, ou restrito à uma experiência local e particular do mesmo. Ocorre no argumento um tipo de "inversão copernicana", já que ele é uma variação da teoria kantiana da unidade transcendental. O instante de experiência imediata é visto da perspectiva da sucessão de estados, embora esta não seja temporalmente localizada. E como a própria sucessão se torna o objeto de referência, e não quaisquer sucessões particulares, então, é possível que se estenda a propriedades "objetivas", como o próprio tempo. A referência ao tempo generalizado é a conseqüência do processo (ponto em que começa a diferir da teoria kantiana), e não o seu elemento formador.

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    Respostas
    1. Ok. Mt Show. Kant faz estas menções para se explorar tal área. Acho que este momento é mais propício do que nunca, pois a neurociencia também necessita do debate da filosofia para este período. Abraçao vitor.

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