Marcus Vinicius de Matos Escobar
No
que se refere às teorias da mente, o materialismo [1], também
chamado “fisicalismo”, sustenta a tese de que estados mentais são ou idênticos
a entidades ou propriedades físicas, ou fundamentalmente realizados por
entidades ou propriedades físicas (KIM, 1999). Essa tese enfrenta uma
dificuldade básica, pois, por haver um abismo conceitual entre o que se diz
sobre o mental e o que se diz sobre o físico, torna-se possível conceber essas
instâncias como ontologicamente díspares. Este desencontro conceitual acaba por
originar severas objeções antimaterialistas inspiradas em intuições cartesianas
que evidenciam a insuficiência do vocabulário materialista para fornecer um
tratamento satisfatório ao aspecto qualitativo dos estados mentais. Diante
disso, entrarão em pauta algumas propostas materialistas em torno desse
problema, com destaque para o reducionismo e o funcionalismo. Serão também examinadas
objeções a essas propostas, bem como as limitações dessas objeções. Finalmente,
o texto buscará algumas alternativas no intuito de mostrar que o materialismo
ainda persiste como posição defensável, a despeito de suas limitações
conceituais.
* Artigo publicado em COGNITIO-ESTUDOS: Revista
Eletrônica de Filosofia, ISSN 1809-8428, São Paulo: CEP/PUC-SP, vol. 11, nº. 1,
janeiro-junho, 2014, p. 24-33
[1] A despeito de algumas sutilezas
que distinguem os significados de “materialismo” e “fisicalismo”,
nesse
texto essas expressões serão usadas como sinônimas
Recomendo a leitura.... Claro, inteligente e instigante!
ResponderExcluirObrigado, Nivaldo! Críticas também são bem vindas...
ResponderExcluirMarcus Vinicius,
ResponderExcluirNota-se claramente a sofisticação e complexidade de seu trabalho!
Além do mais o tema é extremamente pertinente as questões atuais referentes ao físico e ao mental!
Foi possível notar importantes lacunas deixadas pelo materialismo que enquanto leigos no assunto deixamos passar despercebidas, e você conseguiu ressaltá-las muito bem!!!
Excelente trabalho! Parabéns!
Cara Natanna,
ResponderExcluirFico muito grato por suas palavras. Que bom que tenha gostado do texto.
Abraço!
Realmente, um texto de altíssima qualidade e que se encaixa perfeitamente nas propostas de raciocínio abordadas dentro deste grupo de pesquisa. Meus parabéns a Marcus Vinicius pela redação de um material deste nível! Gostei da clareza com que os fatos foram expostos, especialmente em relação as problemas e relações conceituais de Kripke no segundo tópico, que posso eleger como o que mais me chamou a atenção.
ResponderExcluirAproveito também para elogiar essa iniciativa de buscar novas publicações, para que seja possível sempre inovar e buscar diferentes temas e autores, tornando assim os trabalhos deste grpo de pesquisa cada vez mais amplos e universais.
Prezada Natalia,
ResponderExcluirFico muito honrado com tão gentis comentários! Não sei se os mereço, mas agradeço assim mesmo.
Um grande abraço!