O presente texto tem o objetivo
de fomentar as discussões sobre Lógica, assunto este que foi um dos principais
temas das últimas reuniões do grupo, como também abrir a discussão sobre as
próximas reuniões, decidindo os rumos da discussão que se mostrou interessante
até este ponto e de grande valia para todo o grupo.
Como ficou claro nas reuniões
apresentadas pelo membro Eduardo, é uma tarefa bastante difícil definir
precisamente o que é Lógica e qual o seu papel (assim como é difícil definir qualquer
disciplina como matemática, física, biologia ou a arte). Porém, partindo das
reuniões anteriores já é possível ter uma ideia acerca do que envolve o estudo
da Lógica: a análise de argumentos. Mais precisamente, argumentos válidos.
Proponho então, por meio desta
postagem, uma maior discussão sobre a validade e a invalidade de argumentos e a
importância das estruturas para a argumentação.
Sabemos que os argumentos são
compostos por premissas e conclusão, que nada mais são que proposições com
certos valores de verdade: verdadeiro ou falso. Também sabemos que validade é a
propriedade de argumentos no qual, sempre que as premissas forem verdadeiras, a
conclusão também será verdadeira. Ou seja, um argumento é válido apenas quando
a verdade das premissas se transmitir à conclusão. Mas o que isso significa?
Para melhor analisarmos, nos
ataremos a dois exemplos:
1 - Ou a lua é feita de queijo ou o Brasil fica na Ásia
A lua não é
feita de queijo
Logo, o Brasil
fica na Ásia
2 - Sócrates é jogador de futebol ou é filósofo
Sócrates não é
jogador de futebol
Logo, Sócrates é
filósofo
Os dois argumentos apresentados são logicamente válidos.
Porém, o primeiro argumento parece ser totalmente inútil, sem apresentar
qualquer verdade ou uma conclusão satisfatória dentro de qualquer raciocínio.
No entanto, o importante é vermos o que os argumentos possuem em comum: a
forma. É isso que é importante quando falamos de validade de argumentos,
independente do assunto tratado nele. No primeiro argumento parece que nenhuma
proposição é verdadeira, e mesmo assim o argumento é válido, pois a validade é
uma propriedade da forma, ou seja, quando uma forma válida de argumento
apresentar premissas verdadeiras, sua conclusão também será, o que não impede
de uma forma válida apresentar premissas falsas (isso apenas não garante a
verdade da conclusão, mas não invalida o argumento).
Assim, o estudo da validade de argumentos é a formulação de
teorias que se dedicam a mostrar como essa validade ocorre, uma vez que existem
infinitas proposições e infinitas formas de argumento que podemos investigar. É
nesse ponto que a lógica é focada, nos sistemas de lógica que estudam
diferentes formas de argumentos válidos.
Proponho também a discussão sobre as próximas reuniões do
grupo, e me declaro à disposição para o planejamento das mesmas em conjunto com
o membro Eduardo para continuarmos com o tema e, se for interesse de todo o
grupo, nos aprofundarmos em Lógica, entrando em tópicos como Cálculo
Proposicional e tabelas de verdade.
Texto de Matheus Amarante
Matheus,
ResponderExcluirÓtima introdução!
É interessante notar que o estudo da Lógica praticamente perpassa todas as áreas do conhecimento. Digo isso num sentido bastante simples e geral, ou seja, para se tratar de qualquer assunto com o intuito de um maior e melhor grau de qualidade, me parece, pelo menos prima facie, que apresentar tais teorizações com argumentos bem estruturados, sejam algo muito contributivo!
mas... já para começar um pouco mais diretamente o debate: Como é possível tratar a validade de modo absolutamente separado da verdade acerca do conteúdo proposicional?
ResponderExcluirMatheus,
ResponderExcluirParabéns pelo excelente texto!
Concordo com suas colocações, Nivaldo! É evidente a importância da lógica nas mais variadas áreas do conhecimento. Ontem mesmo, eu estava discutindo numa postagem de rede social o quanto o campo da psicologia e o trabalho do psicólogo é deficitário em termos de argumentos lógicos... o que é responsável por grandes equívocos e falhas!
Natanna,
ResponderExcluirEm psicologia, principalmente no Brasil, é, de fato, preocupante a despreocupação que estudiosos da psicologia possuem em relação a elaboração de constructos teóricos com responsabilidade argumentativa!
Sou admirador (ou era!) da psicologia cognitiva... na verdade a paicologia cognitiva não é culpada de nada... o problema está nos ditos psicólogos que a representam! Existe um hiato cada vez maior entre as Ciências Cognitivas, a Psicologia Cognitiva e as Técnicas Cognitivas.... e isso é ainda mais preocupante tendo em vista que o erros de teoria podem implicar em erros de atuação do profissional em seu consultório! E isto é muito grave!
Na minha humilde opinião (mesmo fugindo da temática principal da postagem) os cursos de psicologia no Brasil deveriam além de separar a psicanálise da psicologia em geral, deveriam também ter residência psicológica (aos moldes da medicina para quem deseja clinicar) e possuir em várias de suas vertentes a OBRIGATORIEDADE do ensino de Lógica; pois, ainda no meu opinionismo, creio que, por exemplo, a psicologia de orientação cognitiva não tem como ser estudada sem o entendimento das Ciências da Cognição (e obviamente da Lógica!).
Nivaldo,
ResponderExcluirComo você falou... fugindo novamente da temática principal kkkk... concordo plenamente com você... Eu não consigo ver um trabalho efetivo de um psicólogo sem que o mesmo esteja fundamentado em lógica e neurociência ... e fica melhor ainda se tiver uma boa base de ciência da computação (que remete lógica kkkk)... ou seja de ciência cognitiva de modo geral kkkk...
Em relação a separação da psicanálise e da psicologia geral... não sei como isso ainda não ocorreu, visto o abismo entre ambas!
E sobre a Psicologia Cognitiva, não deixe de admirá-la... ela não tem culpa kkkk... é vitima do uso bizarro que fazem dela, como você muito bem mencionou!
Olá a todos,
ResponderExcluirgostei da sua primeira publicação por aqui Matheus.
Vou começar colocando algum fogo...
Para começar, penso que talvez tenhamos que pegar um pouco mais leve na força de algumas das suas afirmações do seu texto. De modo geral, isso pode ser iluminador, uma vez que gere discussão e aprofundamento. Por outro lado, pode levar ao leitor desinformado ao erro.
1) Dificuldade de definir a lógica com precisão.
Esta afirmação por exemplo precisaria ser qualificada para ser verdadeira. Não é nada difícil apresentar uma definição precisa de lógica. Por exemplo, L é a análise de argumentos válidos e dos processos de raciocínio. Esta definição é bastante precisa. Mas é falsa. A lógica formal não estuda processos de raciocínio, e a análise de argumentos ou teoria da argumentação é apenas uma pequena parcela do que é a lógica nos dias atuais. Mas não deixa de ser uma definição muito precisa. O problema é que nem sempre nossas definições são verdadeiras, ainda que sejam muito precisas. Outra definição muito precisa de lógica (desta vez verdadeira) é a seguinte, lógica é lógica. Definição precisa e também verdadeira. Satisfatória? ainda não... Mas foi muito fácil de apresentar. A tese que você me pareceu querer apresentar seria então melhor expressa da seguinte maneira:
1* É muito difícil apresentar uma definição explícita da lógica que seja bem sucedida e informativa.
aí é outra história. Mas desta vez temos muito claro a tese que estamos apresentando. E pode-se agora discutir proveitosamente sobre a plausibilidade de 1*. (lembrando a todos aqui a diferença entre apresentar uma tese e defender uma tese - neste caso só apresentamos a tese...)
(mais sobre isso ver Definição)
o que acham?
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPrimeiramente muito obrigado pelos elogios ao texto e as críticas do Eduardo, as quais se mostram inteiramente pertinentes.
ResponderExcluirNivaldo e Natanna,
Quanto ao papel da Lógica nas diferentes áreas do conhecimento, concordo com as colocações anteriores. Em termos bastante informais e usuais, a Lógica é uma ferramenta, um método para se raciocinar corretamente e, sendo assim, se mostra necessária não só em discussões acadêmicas, mas em qualquer discurso em que se deseje manter a razão como base. No entanto, certas áreas irão exigir um grau mais elevado de aprofundamento em Lógica, como é com a matemática em certas áreas por exemplo (ninguém confiaria em um psicólogo que não soubesse quanto é dois mais dois, porém não se exige que ele saiba resolver derivadas e integrais). Esse ponto remete diretamente ao grupo. Creio que seria bastante proveitoso a todos, em suas diferentes áreas de estudo, continuarmos com o tema Lógica nas reuniões, dando uma breve apresentação de Cálculo Proposicional Clássico e abordar a construção de tabelas de verdade.
Quanto à questão mais específica sobre a validade dos argumentos: a noção intuitiva de validade é que, em um argumento válido, a verdade das premissas se transmite para a conclusão. Ou seja, SE as premissas forem verdadeiras, a verdade da conclusão é garantida em um argumento válido. É nesse ponto que o conteúdo proposicional é irrelevante e o que importa é forma do argumento (as noções de verdade não estão separadas, mas não é o conteúdo proposicional e seu valor de verdade que torna o argumento válido e sim sua forma). É claro que quando se defende uma tese, uma teoria, não basta que o argumento seja válido (que sua estrutura garanta que ao apresentarmos premissas válidas a conclusão também será), mas que seja correto: além de uma estrutura válida, que suas premissas e conclusões sejam verdadeiras.
perfeito Matheus, só vou pegar no teu pé pelo deslize na penúltima linha...
Excluir"ao apresentarmos premissas válidas a conclusão também será"
você quis dizer "premissas verdadeiras", certo?
exatamente isso! hehe
ExcluirEduardo E Matheus,
ResponderExcluirDefinir, estabelecer os limites de... de modo a ser algo também proveitoso ou útil, de fato, não é fácil.
Recentemente tive um problema com alguns professores que gostam de elencar os "famosos" Conceitos Operacionais em seus trabalhos. Mas eu disse que tais conceitos, por serem tão importantes, mereceriam um tratamento (em nível de definição) um pouco mais cauteloso. Disse isso, justamente pelo importância de que tais termos ao serem definidos viriam a ter no tocante ao entendimento daquilo que se está sendo apresentando.
Como sabes, a muito tempo eu me incomodo com a aparente facilidade em apresentar os estudos lógicos mais relacionados à FORMA do que ao CONTEÙDO. Creio que isso ainda mereça melhor estudo.
Todavia, aceitando que a Lógica deva possuir uma definição explícita e também bem sucedida (apenas no tocante à FORMA), creio que a condução da validade lógica entre as premissas de modo a garantir a verdade da conclusão seja uma passagem um tanto ainda bastante e apenas intuitiva?!
Ou seja,
Premissa 1,
Premissa 2,
--------------
Conclusão derivada de P1 e P2, logo, válido o argumento (SE a conclusão for verdadeira). O que me incomoda é como a validade vai sendo construída OU eu SÓ posso saber disse quando tiver a garantia da conclusão derivada e verdadeira!?
o argumento pode ser válido mesmo com a conclusão falsa.
Excluire.g. Todo filósofo é brasileiro.
Sócrates é filósofo.
Portanto, Sócrates é brasileiro.
Matheus,
ResponderExcluirMas eu não posso ter Premissas falsas e um conclusão verdadeira? Isso tornaria meu argumento NECESSARIAMENTE inválido?
De modo geral, quando estamos tratando da validade de argumentos, é irrelevante o valor de verdade das premissas e da conclusão. Tudo o que estamos avaliando é se há alguma circunstância em que seja possível ter premissas verdadeiras e conclusão falsa. Se não houver tal circunstância, o argumento será sempre válido. Portanto, respondendo sua pergunta, um argumento não seria inválido apenas por ter premissas falsas e conclusão verdadeira. A circunstância atual (o modo como as coisas são de fato neste universo) talvez não seja a única a ser avaliada. Um bom exemplo é o argumento válido que apresentei logo acima. Todas as premissas e conclusão são falsas, porém o argumento é válido justamente por haver uma circunstância em que Sendo as premissas verdadeiras, a conclusão também seria.
ExcluirVale enfatizar também aquilo que já estou enfatizando a algumas reuniões, o fato de "argumento válido" ser diferente de "argumento bom". Para ser bom, um argumento tem que ser muito mais do que válido. Precisa adicionalmente ter premissas verdadeiras e mais plausíveis do que a conclusão do argumento em questão. Uma pimenta adicional nesta receita é que pode ser que nem sempre sejamos capazes de saber se um argumento é ou não um bom argumento. É por isso que, como você sempre nos lembra, é mais sensato caminhar devagar e com o senso crítico sempre alerta.
Colegas,
ResponderExcluirEstou um pouco perdido no que se refere aos aspectos de validade e valor de verdade de um determinado argumento. Explico: a preocupação da lógica se restringe aos aspectos de validade do argumento ou em algum momento há uma preocupação acerca do valor de verdade de seu conteúdo? Parece-me que um argumento somente será considerado verdadeiro quando for “testado” por meio de um argumento válido, ou essa suposta veracidade independe da sanção de um argumento válido?
No que se refere a bons argumentos, quando li Descartes, o seu Cogito me saltou aos olhos. Seu argumento, poderia ser considerado um bom argumento, nesse moldes:
Se eu penso, eu existo.
Eu penso.
Logo, eu existo.
Eduardo, você poderia dar alguns exemplos de bons argumentos e a razão que leva tais argumentos a possuirem a “qualidade” de bons argumentos?
Olá Elizeu,
ExcluirEntendo a sua preocupação. Quando se quer de fato defender uma certa conclusão, com base em um argumento, a verdade e plausibilidade das premissas é tão importante quanto a validade do argumento que vamos usar.
Precisamos no entanto distinguir duas coisas. 1) Fazer lógica e 2) usar a lógica como ferramenta para fazer filosofia com o máximo rigor.
Quando se está fazendo lógica, como fizeram Frege ou Newton da Costa, não se está interessado em saber se um certo argumento particular é ou não um bom argumento. Se está buscando desenvolver um sistema formal com certas propriedades lógicas técnicas muito específicas. É algo como fazer ciência básica. Estuda-se tais propriedades dos sistemas em questão meramente por curiosidade intelectual, assim como o químico e o biólogo estudam as propriedades mais intrincadas dos seus respectivos objetos de estudo num nível de base apenas para saber mais sobre eles, sem a preocupação em aplicar tal conhecimento imediatamente. Busca-se um ganho cognitivo e não meramente prático.
Pois bem, em (2) não buscamos desenvolver quaisquer sistemas lógicos, mas sim usar alguma lógica já desenvolvida, como o Cálculo de Predicados de Primeira Ordem ou a Lógica Modal para avaliar a validade dos nossos argumentos. Quando estamos fazendo (2), tudo o que a lógica pode nos ajudar é a determinar a validade ou invalidade dos nossos argumentos. Mas em (2) nossa preocupação vai além, pois usamos a lógica aqui como uma ferramenta. Além da validade, queremos apresentar argumentos que nos levem das premissas que já aceitamos, para a conclusão. Neste caso, é realmente essencial ter premissas verdadeiras e plausíveis.
É por isso que comecei nosso curso de lógica pela parte da lógica informal. Aprender lógica informal consiste em aprender algumas técnicas muito úteis para defender ideias através de argumentos. Primeiramente aprendemos o que é um argumento. Depois como se identificar um argumento em um texto ou discurso filosófico. Depois como avaliar a validade e plausibilidade das premissas do argumento. Finalmente, apresentar objeções e contraexemplos. Até aqui não precisamos entrar na parte propriamente formal. Estamos no campo do que é conhecido lá fora por pensamento crítico. E é isso que a muitos estudantes de lógica falta, quando seu interesse no estudo da lógica está em (2) e não propriamente em (1).
Olá Elizeu,
ExcluirEntendo a sua preocupação. Quando se quer de fato defender uma certa conclusão, com base em um argumento, a verdade e plausibilidade das premissas é tão importante quanto a validade do argumento que vamos usar.
Precisamos no entanto distinguir duas coisas. 1) Fazer lógica e 2) usar a lógica como ferramenta para fazer filosofia com o máximo rigor.
Quando se está fazendo lógica, como fizeram Frege ou Newton da Costa, não se está interessado em saber se um certo argumento particular é ou não um bom argumento. Se está buscando desenvolver um sistema formal com certas propriedades lógicas técnicas muito específicas. É algo como fazer ciência básica. Estuda-se tais propriedades dos sistemas em questão meramente por curiosidade intelectual, assim como o químico e o biólogo estudam as propriedades mais intrincadas dos seus respectivos objetos de estudo num nível de base apenas para saber mais sobre eles, sem a preocupação em aplicar tal conhecimento imediatamente. Busca-se um ganho cognitivo e não meramente prático.
Pois bem, em (2) não buscamos desenvolver quaisquer sistemas lógicos, mas sim usar alguma lógica já desenvolvida, como o Cálculo de Predicados de Primeira Ordem ou a Lógica Modal para avaliar a validade dos nossos argumentos. Quando estamos fazendo (2), tudo o que a lógica pode nos ajudar é a determinar a validade ou invalidade dos nossos argumentos. Mas em (2) nossa preocupação vai além, pois usamos a lógica aqui como uma ferramenta. Além da validade, queremos apresentar argumentos que nos levem das premissas que já aceitamos, para a conclusão. Neste caso, é realmente essencial ter premissas verdadeiras e plausíveis.
É por isso que comecei nosso curso de lógica pela parte da lógica informal. Aprender lógica informal consiste em aprender algumas técnicas muito úteis para defender ideias através de argumentos. Primeiramente aprendemos o que é um argumento. Depois como se identificar um argumento em um texto ou discurso filosófico. Depois como avaliar a validade e plausibilidade das premissas do argumento. Finalmente, apresentar objeções e contraexemplos. Até aqui não precisamos entrar na parte propriamente formal. Estamos no campo do que é conhecido lá fora por pensamento crítico. E é isso que a muitos estudantes de lógica falta, quando seu interesse no estudo da lógica está em (2) e não propriamente em (1).
Elizeu,
ResponderExcluirVou me meter um pouquinho (é óbvio sabendo que a autoridade em lógica aqui é o Eduardo!... e estou fazendo as vezes do Advogado do Diabo... praticamente um Al Paccino da lógica! ehehe)...
Mas, grosso modo, posso dizer que a VALIDADE se aplica ao argumento, ao passo que a VERDADE se aplica às premissas, OK! Neste sentido, dá de dizer que a Lógica está preocupada com a Forma do Argumento para verificar se ele é válido ou não. A Verdade seria mais ou menos o CONTEÚDO da premissa, mas isso, prima facie, não pertenceria ao âmbito da Lógica, OK! Assim, a verdade ou falsidade de uma premissa estaria relacionada ao seu conteúdo (que, por exemplo, uma forma de se verificar seria percebendo se ela corresponderia "ao dado lá fora". Por exemplo: O CACHORRO É AZUL - eu precisaria ter algum animal que é um cachorro e que tenha a cor azul por perto para eu verificar a correspondência entre o que é expresso na proposição em relação ao objeto apontado como pertencente/comprovante do conteúdo dela.).
Elizeu, note que neste caminho, é praticamente irrelevante para a VALIDADE de um argumento se eu encontro ou não "lá fora" o conteúdo da premissa, OK!
veja
TODA CACHORRO É AZUL;
REX É UM CACHORRO
LOGO, REX É AZUL.
É muito provável (salvo em Pets de dondocas de extremo mal gosto e que provavelmente também não se importam com o gosto de seus cachorrinhos... que exista "lá fora" um cão azul, todavia, para efeito da forma do argumento, isso seria irrelevante para verificar sua validade ou não!
Elizeu II,
ResponderExcluirQuanto ao que Descartes queria (pelo menos eu creio que ele deve ter pensado nisso) era fugir do ataque cético! Você quando apresenta um argumento inspirado neste autor está apresentando um argumento VÁLIDO. Mas veja que interessante, a validade do teu argumento de base cartesiana não implica na VERDADE do conteúdo das premissas que o compõe, entretanto, apresentar um argumento válido já é um Excelente começo para se tentar defender e/ou atacar a tese que Descartes (e talvez até você) estejam defendendo!!