Muitos epistemólogos têm-se interessado pela justificação devido a sua relação íntima com o conhecimento. E é de se esperar, pois a justificação é um dos critérios indispensáveis para que haja conhecimento. Mas, grosso modo, "justificar uma cognição é muito mais forte que explicá-la, muito mais forte que descrevê-la". Diante disto é necessário esclarecimento de questões como: i) O que é justificação? ii) Quais as diferenças entre justificar, explicar e descrever uma cognição? iii) Como estas se associam?
Neste cenário apresentam-se as propostas do
fundacionismo, bem como, outras formas mais "fracas" de justificação
(falibilismo), que por vezes, acabam sendo propostas apenas descritíveis e/ou
explicativas. O ceticismo pirrônico que
é falibilista e o naturalismo de Quine que é e descritivista entram também como
formas de justificação.
Deste modo, algumas abordagens procuram claramente a
justificação, essas estão ligadas diretamente ao fundacionismo. Já outras
formas que se afastam do fundacionismo e/ou de formas mais justificacionistas,
chegamos mais perto de posições falibilistas, ou seja, perspectivas mais voltadas
para explicação e a descrição do conhecimento humano, em vez de justificação.
Podemos dizer que o trabalho filosófico na busca da
justificação através de estruturas argumentativas acaba se tornando um dos
redutos onde a própria atividade filosófica encontra a possibilidade de existir
de modo ainda bastante autônomo em relação aos avanços técnicos científicos nas
mais diversas áreas do saber. Podemos perceber este critério facilmente ao
analisarmos as principais propostas da própria Filosofia da Mente em relação às
ditas descobertas advindas das diversas correntes psicológicas e da neurociência.
Boas discussões a todos
Prof. Nivaldo Machado
Bruna Gutjahr e Julia Pereira
Então qual seria a diferença entre, explicar e justificar?
ResponderExcluirbom, eu acho que justificar, seria quando provamos alguma coisa, e explicar é quando tentamos fazer compreender alguma coisa. se estou errada por favor me corrijam,! :D
ResponderExcluirJustificar e explicar... Duas palavras que muitas vezes pensamos que significam a mesma coisa, porém não são.
ResponderExcluirPodemos dizer que Justificar é tentar mostrar a inocência de algo, explica com razões plausíveis algo que anteriormente possa ter sido compreendido errado.
Ja explicar podemos dizer que é quando tentamos tornar clara e legível uma ideia.
Posso citar um exemplo aqui
" O fato de Claudia odiar meu pai explica o crime, porém não justifica"
Temos a explicação , Claudia cometeu o crime pois odiava meu pai,mas isso não serve como uma justificativa para o crime, pois não é porque ela odeie meu pai que ela tem direito de cometer um crime contra ele.
Não sei se fiquei clara com minha explicação.
Abraços
Justificar é mais forte que explicar.
ResponderExcluirVou usar o exemplo do próprio capítulo do livro.
"A pessoa roubou o objeto porque estava em situação financeira muito difícil, e percebeu que seu amigo não teria grande prejuízo, já que é rico."
" A pessoa roubou o objeto porque tem problemas psicológicos; ela é cleptomaníaca."
A justificação aponta "razão" e a explicação aponta "causa".
Com nossas cognições, as explicações por exemplo, ficariam mais caráter psicológico (comportamental), enquanto o fundacionismo é forma de justificação.
Acredito que justificar seria você se basear em algo científico e positivado buscando uma argumentação correta daquilo que se é necessário entender. E explicar, seria encontrar uma resposta de forma mais direta e pouco formal.
ResponderExcluirAmbas as duas partes visam tornar claro aquilo que é questionado.
Quando desejamos dar uma "justificativa" a algum determinado objeto ou evento,acredito que estamos lidando com uma situação única descrição e não é passivel de uma dupla interpretação. Deste modo, a justificação se torna objetiva.
ResponderExcluirDo outro lado, temos a explicação. A meu ver, a explicação sempre terá uma contraproposta. Diferentemente da justificação, a explicação é subjetiva e maleável.
Na explicação nos dizemos o porque, na justificação nós aceitamos esse porque..
Isto mesmo, ao meu ver a justificativa realmente é algo que usamos da razão, como diz no capítulo do livro que a Aline G. sitou.
ResponderExcluirJá a explicação seria o que usamos pra definir algo, que estamos tentando mostrar ou falar.
Considerando as diferentes hipóteses citadas pela Bruna, observamos que a primeira alternativa, "A pessoa roubou o objeto porque estava em situação financeira muito difícil, e percebeu que seu amigo não teria grande prejuízo, já que é rico.”, nos oferece uma justificação completa para esta ação, posição esta que seria denominada de fundacionismo, ou seja, abordagens que procuram claramente a justificação para as nossas cognições. Mas ao analisarmos a segunda hipótese “A pessoa roubou o objeto porque tem problemas psicológicos; ela é cleptomaníaca.", temos outras atitudes, que estão distantes da ideia anterior (fundacionismo), aproximando-se de perspectivas mais voltadas a explicação do conhecimento humano - atitudes mais falibilistas. Ressaltando o que a Bruna mencionou e podemos encontrar no capítulo abordado “A justificação aponta "razão" e a explicação aponta "causa", embora sendo formas distintas, cada exemplo contribuiu para a compreensão do acontecimento/fato.
ResponderExcluirBruna e Julia,
ResponderExcluirVocês estão indo num caminho muito interessante.
Podemos dizer que num primeiro momento quando explico algo (notar que aqui já temos novamente o critério da primeira pessoa como causa e fonte explicativa) irei apresentar quais elementos fazem parte/constituem um determinado evento. Dá a impressão, pelo menos num primeiro momento, que a explicação é mais "branda" do que a Justificação. A justificação por sua vez requer i)coerência lógica dos argumentos apresentados, ii)consistência em relação aos referentes no mundo (aqui estou querendo apontar para uma certa noção de "verdade lá fora", ou seja, entre a proposição usada e àquilo que será o seu conteúdo no mundo correspondente; Exemplo: "Este cão é labrador" deve indicar que o cão a que estou me referindo, de fato, corresponda aos critériosd e ser cão e de este ente ser da raça labrador)...
Elizeu,
ResponderExcluirSua distinção de justificação - objetivo e explicação - subjetivo, não me é clara... Objetividade é uma palavra um tanto forte para ser usada desta forma.
Pensemos na justificação fundacionista da concepção tradicional; o conhecimento como representação, não me parece estar livre de subjetividade, muito pelo contrário, estamos falando do sujeito cognoscente e suas crenças e representações... E nesta situação, ainda temos outros problemas referentes à verdade como correspondência...
A justificação ao meu ver é uma forma clara de comprender os fatos propondo assim fundamentos teóricos .
ResponderExcluirJa a explicação posso explicar qualquer coisa sem ao menos conhece la ou ter poucas evidências do fato.
Me corrijam no caso de erro. Por Favor
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirComplementando meu comentario anterior
ResponderExcluirJustificativa fazebdo uma ponte com a concepção tradicional a justificação possui tamanho grau de importância e não a explicação.
Em minha concepção é um inquérito ou exame cuidadoso para complementar o conhecimento já existente, exige saber causas efeitos, os porquês desses fatos, para poder reproduzi- los, orienta-los, modifca-los num completo domínio com fundamentações aceítaveis.
Logo já a explicação posso explicar algo sem ao menos possuir o conhecimento paupável, posso inventar e explicar.Posso explicar uma mentira mesmo esta sendo de forma errônea mas não deixaria de ser uma mera explicação.
Elizeu,
ResponderExcluirA justificação necessariamente precisa ter enunciados verdadeiros (no sentido de corresponder com os estados de coisas) assim obtém uma forma lógica, ou em outras palavras a coerência. Mas o fato de ela possuir uma sentença com uma linguagem formalizada não garante que a justificação não seja passível de dupla interpretação.
Note:
"A pessoa roubou o objeto porque estava em situação financeira muito difícil, e percebeu que seu amigo não teria grande prejuízo, já que é rico."
Aqui ocorre o raciocínio da solução imaginada. (pode-se dizer uma possibilidade de solução expressa para outro.).
“A pessoa roubou o objeto porque tem problemas psicológicos; ela é cleptomaníaca."
Nesta ocorre à verificação da hipótese acima. De certa forma a justificação é mais eficaz, mas pode haver contradições.
Tratando apenas de justificação, existe ainda uma distinção no próprio fundaciosmo, o formal e material. Tentam apontar os conhecimentos autoevidentes e é necessário apresentar um método de passagem de conhecimentos a outros.
ResponderExcluirOu seja,no formal, existe na estrutura base (conhecimentos autoevidentes) da justitificação e a partir disso os outros objetos poderiam ser justificados através desta base.Não necessariamente sendo a única base, podendo variar. Esta forma está ligada a construções lógicas, dados dos sentidos.
No fundaciosnimo material, poderíamos encontrar apenas uma única base , para descobrir completamente determinados conhecimentos.
Bruna,
ResponderExcluirPor gentileza poderia me esclarecer o que no fundacionismo formal podemos usar como conhecimentos autoevidentes, por exemplo, para investigar o conteúdo mental no ambiente da linguagem de Wittgenstein.
Obrigado.
Nivaldo,
ResponderExcluirQuando você se refere “ii)consistência em relação aos referentes no mundo”,
você esta sugerindo que não é plausível confiar, se basear em uma experiência da neurociência quando trata por exemplo da telecinese¿
Pois, qual é a noção de “verdade lá fora” que um cientista precisa apontar para “justificar” sua pesquisa¿
Nivaldo, esta é a ideia!
ResponderExcluirSe nos contentarmos com explicações em vez de justificações, estaríamos diante de atitudes mais falibilistas - formas mais fracas, sendo possíveis em diferentes graus, mas que ainda pode haver alguma "justificação". Como mencionado, uma forma mais "branda". E neste cenário apresentam-se aquelas atitudes próximas ao "mundo fragmentado", ou seja, um mundo que não é completo e nem organizado (podemos encontrar este assunto no capítulo em estudo). Todavia se preferirmos a justificação, esta não estaria associada à ideia apresentada anteriormente, mas sim a uma forma que nos oferece um mundo completo, organizado e que ainda requer alguns requisitos para que seja possível essa posição, talvez fosse algo fundamentada em outras " razões".
Francisco,
ResponderExcluirPara tratar das questões que apontas eu necessitaria de MUITO tempo e espaço (do blog) para dar uma razoável explicação. Todavia, vou tentar ser breve e claro (na medida do possível),
acerca da primeira pontuação: quando falo de CONSISTÊNCIA EM RELAÇÃO AOS ENTES LA FORA - estou querendo dizer apenas que uma dada proposição informativa DEVE corresponder àquilo que ela aponta. Só isso. Por exemplo: quando falo que "O pé de joão está quebrado", deve, necessariamente, exitir um ente chamado João que esteja com o pé quebrado e que este João não seja um joão qualquer que por mero acoso também esteja com o pé quebrado, mas que o referido João seja àquele que estou apontando. Se assim for, neste caso, estou entendendo que determinada proposição possui consistência (é claro que a noção de consistência pode possuir outras abordagens, mas não estou preocupado com isso neste momento..OK!);
O segundo critério que apontas: Acerca da Telecinésia, não conheço nenhuma abordagem científica séria que apresente alguma evidência a favor deste tipo de PODER!
Quanto a sua preocupação acerca do critério que o cientista precisa ter acerca da VERDADE LÁ FORA: neste caso, o problema é MUITO mais complexo. Mas, como disse, serei breve aqui agora. Estou apenas dizendo que o cientista vai ter que se contentar com uma certa "aposta" de que aquilo que ele acredite que EXISTA LÁ FORA, de fato, exista.
Não entendi nada. Alguém pode me explicar isso?
ResponderExcluirJean, Sei de sua dificuldade. Mas queres uma Explicação, uma descrição ou uma justificação??
ResponderExcluir:D
numa abordagem que lembra o primeiro Wittgenstein... "explicar isso" quer dizer que é até o ISSO que a linguegem aponta é que é o limite do possível no que tange ao conhecimento das coisas.
ResponderExcluirBom, em primeiro lugar, eu não entendo de onde tu tirastes a ideia de que descrição, explicação e justificação sejam categorias analíticas. Antigamente, chamavam isso de procedimento, os quais se utilizam de categorias analíticas para a realização. Já que isso não é claro para você, parece-me clara a tua falta de condição para me explicar, descrver ou justificar qualquer coisa que seja...
ResponderExcluirNote Jean,
ResponderExcluirindependente do objeto ao qual o ISSO se refere... é só até aí que é possível ir. De fato, neste caso, estamos confinados ao limite da nossa linguegem acerca do que é possível ser conhecido....OK!
isso é a típica FiloSalada!!!
ResponderExcluirAltivo Jean,
ResponderExcluirCreio que no metaforicamente aqui chamando de educação infantil ou maternal para quem estuda de modo sério qualquer coisa, sempre é necessário termos bastante clareza do entendimento do CONCEITO DOS TERMOS que utilizamos em nossos argumentos.
Sem embargo, depois das tuas unodualidades, dicotomias dualistas de um racionalismo e de seu afeto pelas epistemologia do amor... creio termos uma certa dificuldade em podermos conversar.
Vamos então aos estudos... esta é sua primeira aula. Bem básica!
(kkkkkkkkkkkkkkk........)
e não respondeu minha questão. coisa típica. Filosaladeiro. Vai tomar a tua sopa mágica no bosque encantado para ter uma epifania!
ResponderExcluirAlgoritmizante Nivaldo,
ResponderExcluirMinha queixa é simples e vou repeti-la: você está tomando procedimentos analíticos por categorias analíticas. Para um pobre antropólogo, isso não é a mesma coisa...
o que tu podes analisar com a categoria descrição, cogumelante Nivaldo? o que tu podes analisar com a categoria explicação? o que tu podes analisar com a categoria justificação? não seria por meio delas (como procedimentos e não como categorias) que tu analisas alguma coisa? Linfático Nivaldo.
ResponderExcluirOh Acneante Jean,
ResponderExcluirSe eu entender procedimento como um modo de agir (seja lá em que instância for) não sei o motivo de tanta preocupação. Note, creio ser bem interessante proceder de modo a categorizar (aqui este termo está sendo utilizado como: i) necessidade de conceituar elemtentos fundamentais para proceder de modo seguro; ii) deixar claro a diferença entre DESCRIÇÃO, EXPLICAÇÃO e JUSTIFICAÇÃO; iii) tendo cumprido "i" e "ii" utilizar tais termos como diferentes modos de tratar o próprio conhecimento.
Note meu Espalhafatoso pintassilgo albino, que existem perspectivas (que ainda não estamos abordando) que apontam as categorias que estamos analisando) não como causa de conhecer, nem mesmo como modos de conhecer, mas sim como o próprio resultado natural da atividade cognitiva.
Por fim, nobre andorinha apavorada, a distinção entre categorias e procedimentos não é algo assim tão nítido. É algo que precisa também de uma boa base argumentativa para tentar, pelo menos, um melhoramento no entendimento dos próprios termos para não incorrermos nos sempre usuais e primários erros de utilizarmos palavras sem um clarear (pelo menos, no sentido de um esforço para clarear) seus conceitos.
"que existem perspectivas (que ainda não estamos abordando) que apontam as categorias que estamos analisando) não como causa de conhecer, nem mesmo como modos de conhecer, mas sim como o próprio resultado natural da atividade cognitiva"...
ResponderExcluirDe onde tu tirastes isso, de um livro do Zacarias?
Desculpe-me, eu não quero insistir naquele "não entndi nada", mas a expressão "modos de tratar o conhecimento" me faz pensar que para ti, o conhecimento é um algo anterior à justificação, descrição ou explicação. Eu sou burro nisso, já te disse, mas para mim ele é resultado e não um "achado".
ResponderExcluirE eu ainda hierarquizaria a coisa toda - a descrição como englobate. ela dever ser explicativa e para a explicação poder descrever algo, ela deve ser justificada...
ResponderExcluirMeu Esforçado amigo Jean,
ResponderExcluirA muito tempo venho dizendo que teu solipsismo linguístico pode de causar sérios danos a saúde. Se para você o mundo é sempre algo criado pelo próprio indivíduo aconselho-te a não pular da janela caso estejas no quinto andar de algum prédio ... pois pode ser que a rua são seja ela toda feita de linguegem!
;)
pronto. e voltamos para a resposta intuitiva.
ResponderExcluirFOLK PHILOSOPHY!!!
ResponderExcluirOK!
ResponderExcluirAgora tu ganhou!!!!!!!!!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Certo Senhores,
ResponderExcluirMuito boa a justificação.
Concordo plenamente com a Julia sobre a idéia de que nos contentarmos com explicações estaríamos diante de atitudes falibilistas. Pois explicar apenas significa compreender como determinado episódio ou coisa aconteceu ( suas causas factuais) não é um meio muito seguro de se acreditar pois, vários indivíduos podem explicar determinado acontecimento de diferentes maneiras e visões.
ResponderExcluirNem tudo que se explica se justifica.Muitas pessoas acham que basta explicar para deixar justo.E as coisas não funcionam assim. A justificação é mais complexa, engloba mais aspectos , ela procura mostrar porque e como alguma coisa é correta ( suas razões normativas).
Descrição: Quando alguém conta as características de determinada coisa, descreve o que viu em dada situação.
Suponhamos um acidente.
(Descritiva): Estava chovendo ,o céu escuro com muitas nuvens e eu aqui , vendo tudo, com meus próprios olhos, o carro capotou e desceu ladeira abaixo, foi horrível.
Explicativa: Vi um acidente horrível, ele deve ter capotado por estar bêbado, jovens e bebida não restaria em outra coisa. ( tira uma conclusão precipitada)
Justificativa: Aconteceu um acidente na serra da santa, havia muita chuva devido a isso o carro com os pneus já um tanto quanto usados, acabou derrapando bruscamente e o motorista bateu a cabeça, ficou inconsciente e o carro acabou descendo ladeira a baixo.
Se eu estiver errada me desculpem, foi o que eu entendi
Francisco...
ResponderExcluirNo fundacionismo formal, conhecimentos autoevidentes, seriam como discutidos anteriormente, os dados dos sentidos, entra outros que devem fazer parte de um sistema de cognição. Ou seja, necessariamente não existe uma única base, eles podem se misturar. O que importa, é a justificação total para os objetos de conhecimento que farão parte do sistema. Deve ser verificada.
Wittgenstein aponta que o que não pode ser dito, deve ser mostrado, existe um limite. Para tanto é necessário verificar a veracidade.
Não há uma certeza, mas existe a possibilidade de verificar se uma proposição é taltológica ou não.E ela não poderá ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo.
Creio que a relação está em que não importa especificadamente qual a base que se toma, ou qual a proposição a ser verificada, o que importa é se ela realmente pode ser sustentada como verdadeira ou falsa, ou justificada.
Olá,
ResponderExcluirNem toda abordage fundacionista é infalibilista. Ao contrário, atualmente o fundacionismo moderado, que é falibilista, é muito mais aceito do que o infalibilista.
E ainda, nem toda teoria da justificação envolve aceitar alguma forma de fundacionismo. Veja o coerentismo, infinitismo e até mesmo o contextualismo, que apresentam tratamentos bem diferentes da questão do que é estar justificado ao crer em algo.
P.S.: O Jean Segata tem razão. Você não pode saber uma proposição sem estar justificado ao crer nessa proposição. Primeiro justificação, depois conhecimento. E ao contrário do que o professor diz, isso não tem nada a ver com solipsismo.
ResponderExcluirCorreção: onde está escrito "abordage" leia-se "abordagem". A tecla M do meu teclado está falhando.
ResponderExcluirIntuitivo Nivaldo,
ResponderExcluirPelo visto, a tua dificuldade reside na diferença entre categorizar e descrever.
Pois bem, eu gostaria de tentar te ajudar, mas é justamente isso que tem me movido nos últimos anos - o estatuto da descrição. E ter clareza nisso, não é fácil, ainda mais pra ti. Eu te entendo.
Mas uma coisa é certa. Sabes bem que eu ainda tenho minhas afeições por Nelson Goodman, e se bem me lembro, ele escreveu algo como: "podemos conceber palavras sem um mundo, porém não podemos conceber um mundo sem palavras...".
Por alto, isso me faz pensar que uma descrição é um procedimento (que pode ser analítico), que por excelência, tem a necessidade de categorias que a possibilitem.
Tu bem sabes que eu não sou um empirista, mas vamos dizer que para eu descrever "a coisa" que eu aposto que está na minha frente, eu preciso de uma etiqueta (e estou tomando isso provisoriamente como uma espécie de sinônimo de categoria). Então eu descrevo: "há uma uma xícara na minha frente". Sem a etiqueta (categoria, nome, palavra, símbolo) xícara, eu não poderia fazer a descrição.
No entanto, se eu não posso descrever sem categorias (e a categoria xícara já é por si mesma uma descrição), eu posso categorizar, sem descrever. Mas coo? Com os predicados. Se eles não estão ligados a uma categoria substantiva, eles não descrevem nada. Por exemplo: brancura, tristeza, sorte. São categorias, no entanto, predicativas, e por isso, se não estiverem reportadas a uma outra categoria (substantiva), essa categorização não descreve absolutamente nada (a não ser em imaginação). Por outro lado, se eu associar brancura à xícara, parece que eu posso descrever algo. Por exemplo: "a brancura da xícara...".
Voltando à Goodman, ele mesmo considera que as representações e outros tipos de etiquetas, rótulos, categorias ou esquemas podem existir sem aplicações concretas, isso já não acontece com os predicados...
Enfim, do meu ponto de vista, é possível categorizar sem descrever, mas não é possível descrever sem categorias...
Tá, isso ainda precisa ser bem mais pensado. Mas pode ajudar. Se preferires, eu posso desenhar...
isso sem falar na matemática: o que 1, 2, 3... descrevem? Nada. São categorias, mas não descrevem. Quantidade, peso ou tamanho são problemões para a descrição. Limitado Nivaldo!
ResponderExcluirJean,
ResponderExcluirAgora está mesmo muito bom. Minha dificuldade fica clara quando tenho casos desta forma: A BRANCURA DO UNICÓRNIO.
Note, me parece que neste caso tanto brancura quanto unicórnio podem ser entendidos como categorias. Mas, pelo que apontas, não sei se elas descrevem algo. O que muito me intriga é que BRANCURA (que segundo o que afirmates, não descreve nada) mesmo de modo muito intuitivo, me parece que BRANCURA me deixa em nível psicológico com a sensação de que algo é diferente do que seu eu utilizasse o termo/categoria PRETURA.
O problema que estou querendo evidenciar é que se o termo BRANCURA não descreve nada... quais os motivos que me levam a ter grandes razões para crer que ela é diferente de PRETURA (visto que, neste caso, os dois termos não deveriam descrever nada!).
Mas admito... não tenho ainda clareza da diferença entre categorizar e descrever. E isso fica ainda mais complicado quando eu excluo o mundo externo.
Mas Nivaldo.
ResponderExcluira) Quem disse que pretura descreve algo - quem fez oposição entre ela e a brancura foi você. Vermelhidão, brancura, pretura... Eu fui bem reducionista - bem mais do que eu sempre fui, ao afirmar que predicados, sozinhos, não descrevem nada.
b) Se tem uma alguma coisa que "em nível psicológico te dá a sensação...". Folk Psychology. Lembra. Sempre temos a sensação de que...
c) Quem disse que o unicórinio não existe. O Gustavo Leal-Toledo já deu pistas sobre isso ao trtar dos zumbis. Lembre-se que em Goodman apenas temos versões. Podemos assim descrever (CRIAR) um mundo onde unicórnios não só existam, como tenham a possibilidade de resolver os problemas mais elemntares que a filosofia deles pode criar! Você, certamente vai contestar isso... e aí já estamos noutra versão.
Fernando,
ResponderExcluirConcordo contigo acerca de que o Fundacionismo tenha, pelo menos, alto grau de Falibilismo.
Concordo também que nem toda teoria justificacionista tenha que ser Falibilista.
Todavia, Sua segurança ao afirmar que o conhecimento só vem depois da justificação me parece um tanto quanto perigosa. Gettier demonstrou a um bom tempo que a Definição TriPartite de Platão também apresenta sérios problemas (ok! eu também ainda acho ela interessante e não precisa ser descartada.). Note, perspectivas naturalistas não exigem como necessário termos justificação epistêmica para termos conhecimento. Note, pode ser que meu corpo saiba/conheça como respirar independentemente de eu ter justificado para ele isso!
Sobre o Solipsismo... calma novamente. O que eu quis apontar quando falei no solipsismo foi a possibilidade de estarmos fadados ao aprisionamento eterno em nossos "eu´s", tendo apenas uma mera aposta de que outros seres conheçam e/ou existam.
prof. Nivaldo
ResponderExcluiro Fernando tem razão no que ele escreveu, mesmo as abordagens externalistas não jogaram fora a noção de justificação, ela ainda é um componente essencial da definição de conhecimento. O que muda em relação às teorias internalistas é que, grosso modo, nelas o sujeito precisava reconhecer que tinha boas razões para acreditar em algo, e já para os externalistas não é preciso que o sujeito reconheça que tem boas razões para isto, e aliás, ele nem precisa de razões, pois está justificado em virtude de um "processo condutor a verdade". Mas note, caso o sujeito tenha alguma deficiência física ou sofra um acidente que danifique áreas relevantes do seu cérebro ele perderá a justificação, e neste caso, mesmo os externalistas não concederão que ele tenha conhecimento ao formar uma crença de que X, mesmo X sendo verdadeiro!!
vamos conversando
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNivaldo:
ResponderExcluirhttp://contrafeitos.blogspot.com.br/2012/06/quem-inventou-roda.html
João e Fernando,
ResponderExcluirSejam bem vindos às discussões... e podem retirar o professor Nivaldo. Nivaldo já incomoda o suficiente!
Não sei que vocês são mas vai aí meu e-mail para que possamos trocar informações mais pontuais e talvez vocês possam integrar algum de nossos projetos de pesquisa: nivaldo@unidavi.edu.br
Grande abraço
PS: uma de minhas Funções aqui neste blog é bancar o Advogado do Diabo (e que Deus me ajude!!! rsrssss)
o que faz um "advogado do diabo"?
ResponderExcluirEspalhafatoso pintassilgo albino, creio que ele defende o diabo quando deus o julga! kk
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNivaldo,
ResponderExcluirVocê expõe algumas características básicas de uma justificação. i) coerência lógica dos argumentos apresentados, ii)consistência em relação aos referentes no mundo.
Utilizando a sua afirmação:
A brancura do unicórnio.
Acredito que para haver essa coerência lógica e consistência em uma justificação é necessário haver uma ligação com os TERMOS, ou seja, a verdade ou falsidade depende exclusivamente do significado dos termos nela envolvidos. Na frase acima, por exemplo, o termo BRANCURA é uma verdade obtida através da experiência e automaticamente verificável, mas isso não ocorre com o termo UNICÓRNIO. Estando o termo sozinho ou não. (neste caso)
Segundo Hume a justificação do conhecimento está nas impressões. E através dela é possível: i) a extensão do conhecimento ii) coerência lógica iii) representação. Sendo assim, para sabermos se há coerência na afirmação a brancura do UNICÓRNIO devemos observar se a proposição que ela exprime DERIVA de uma impressão.
A meu ver a experiência é indispensável e pode ser um critério para rotular como ‘justificável’, mas não posso abandonar os conhecimentos ‘físicos’ que (exige a experiência), mas tem uma justificação a priori.
Então... Começamos por onde? rsrs
Denise,
ResponderExcluir"A brancura do unicórnio" não exprime proposição alguma. Não exprime pelo simples fato de que uma proposição tem sempre valor de verdade (é verdadeira OU falsa), e esta frase simplesmente não tem valor de verdade, não pode ser verdadeira ou falsa. Não faz sentido dizer "é verdade que a brancura do unicórnio" e tampouco que "é falso que a brancura do unicórnio".
Eduardo,
ResponderExcluirClaro, você está correto. Foi falha minha.
Eduardo,
ResponderExcluirE se eu dissesse: "O branco é bonito" - qual seria o seu valor de verdade?
(tais ficando bom em lógica!!!)
Se estás falando da cor branca, parece a primeira vista que tua frase exprime uma proposição, e que podemos estar justificados em acreditar que "a cor branca é bonita". Uma outra questão é saber qual o valor de verdade desta proposição, uma vez que podem existir proposições das quais não sabemos se são verdadeiras ou falsas. De qualquer modo, ainda me parece que seria preciso acrescentar algo mais nesta frase para que expresse uma proposição, algo como "Nivaldo pensa que a cor branca é bonita", pois parece que "ser bonito" não é uma propriedade primária da cor branca...
ResponderExcluiro Grande problema neste caso é que você dá todo o "credito" acerca da qualidade das coisas ao Sujeito. O Branco em sim, neste caso, não seria nada além de branco ou nem mesmo isso!
ResponderExcluirse for este o caso, o que isto tem a ver com a questão da justificação?
ResponderExcluirNeste caso, toda realidade (se é que ela existe) não tem influência nenhuma no que tange aos critérios de justificação de qualquer tipo de conhecimento. O Sujeito, em nível de primeira pessoa, é a base e a seguranção de toda estrutura justificacional. No máximo regras lógicas (dele) poderão (também só para ele) auxiliar na depuração/verificação daquilo que está sendo usado para justificar alguma coisa.
ResponderExcluirNivaldo,desse forma não estariamos voltando a uma perspectiva solipsista?
ResponderExcluirNivaldo,
ResponderExcluirestás querendo dizer que neste caso estaríamos aceitando que o sujeito poderia ter justificação para crer em algo independentemente de este algo ser verdadeiro? em outras palavras, poderia ter justificação para crenças falsas, como "O Brasil fica na Oceania"... é isto?
se for isto, que é o que me parece que queres dizer, não vejo grande problema, uma vez que somos todos falíveis, nada mais natural que pensar que por vezes estamos justificados em acreditar em falsidades, o que de não quer dizer que possamos saber coisas falsas, uma vez que o conhecimento é factivo.
um exemplo: João lê no jornal que os transportadores de dinheiro estão de greve, e que por isso poderá faltar dinheiro nos bancos. Depois disso ele foi até a padaria e lá encontra um amigo seu que trabalha no banco central, que confirma a informação para ele. Mais tarde, o presidente do banco central faz a declaração de que os transportadores de dinheiro estão de greve. Hora, ao que parece, João está justificado em acreditar que os transportadores de dinheiro estão em greve. Porém, tudo pode não passar de uma manobra para fazer com que as pessoas tirem dos bancos as notas antigas de real, para que sejam colocadas as novíssimas notas novas de real nos bancos. Neste caso, ainda que seja falso que os transportadores de dinheiro estejam em greve, e que de fato João não sabia que eles estavam em greve, dado o caso, temos que admitir que João estava justificado em acreditar que eles estavam de fato em greve.
Interessante a discussão. Não li tudo, e tenho que admitir que não tenho muita familiaridade com essa temática filosófica. Todavia, algo dessa temática me lembra Donald Davidson, na sua teoria das ações. No caso das ações, eu diria que uma ação justificada é uma ação à qual o próprio agente dá uma razão que, aos seus próprios olhos, é suficiente para tê-lo feito agir. Uma ação explicada é uma ação para o qual o próprio agente consegue dar uma razão para ter agido, mas que, aos seus próprios olhos, não se trata de uma razão suficiente para tal. A razão, nessa caso, explica mas não justifica a ação, e o agente que age por uma razão insuficiente dessas acaba agindo contrariamente ao seu próprio sistema de crenças. É o que Davidson chama de ação irracional.
ResponderExcluirAs três formas de justificação, explicação, descrição e justificação nos auxiliam para o entendimento de determinada coisa ou acontecimento, cada uma deles de formas diferentes e importâncias diferentes. Dependendo do acontecimento, apenas uma descrição por si ja basta, varia bastante dependendo do caso e que conclusão queremos tirar.Devemos ter atitudes fundacionistas, devemos querer saber realmente o porque de determinada causa , devemos investigas, saber mais detalhadamente possível, não apenas nos contentarmos com explicações ou descrições, o que nos torna falibilistas. O fundacionismo se divide em dois, o formal , que diz que existe por exemplo determinada coisa e que as outras tudo são justificados a partir de tal base.E o material aponta determinada base a ser a única a ser utilizada, Descartes e Kant são exemplos de autores que tem uma grande ligação com o fundacionismo material. Na minha opinião considero o fundacionismo formal um tanto quanto fraco, pois ele denomina que se pode ter várias bases "varias verdades", sou mais a favor a "única explicação" , onde so existe uma base.
ResponderExcluirEu cheguei a uma conclusão pode ser que eu esteja precipitada, porém acho que a justificação, explicação e descrição não podem andar completamente separadas, de alguma forma uma acaba auxiliando a outra para um melhor entendimento.
Daniel,
ResponderExcluirNão sou um estudioso do Davidson, mas para a Filosofia da mente ele trata de um tipo de Monismo Anômalo, que, de modo muito geral, acaba por indicar uma base materialista que não permite a redução de eventos do tipo psicológico aos seus correlatos físicos (neurológicos em nosso caso).
Esta questão de diferenciar a justificação, explicação e descrição é algo bem complexo. Penso que a justificação não deixa de ser um modo de explicação, PORÉM, é uma explicação que traz razões plausíveis (admissíveis, aceitáveis)e serve para quando precisamos "desculpar" algo, absolver um fato em relação a outro. A explicação tem como objetivo esclarecer algo, algum assunto. E pode até ser que em certas explicações haja justificativas para um acontecimento.
ResponderExcluirA descrição traz características e detalhes que podem fazer diferença em uma ideia/acontecimento.
Penso que pode-se explicar justificando e descrevendo, porque não?
Exemplo Chulo:
Explicação: "Minha vontade de entrar para o grupo de pesquisa é enorme. Fazer projeto e participar de discussões/debates é algo que me agrada muito."
Justificação: " Minha vontade é enorme porque adoro fazer pesquisas e cada vez mais fazer descobertas que podem ser importantes para o mundo em geral. A pesquisa não é algo simples, mas o que se leva em consideração é a vontade de estudar e sempre estar por dentro dos assuntos do grupo."
Descrição:" O grupo de pesquisa FILOSOFIA DA MENTE E CIÊNCIAS COGNITIVAS é formada por professores, acadêmicos e pesquisadores de diversos lugares. As áreas de pesquisa envolvem aprendizagem e cognição, ciência, lógica e linguagem, e assuntos que envolve a MENTE[...]", enfim.
Já é confuso compreender e distingui-las, imagina explicá-las.
Algo importante a se notar é que estamos falando aqui em justificação epistêmica, para crenças, e não de justificação moral ou de ações. Mais precisamente, estamos nos perguntando "sobre quais circunstâncias estamos justificados em crer em uma proposição?". Um exemplo: João crê que seu carro está na garagem. Acredita nisto pois lembra de tê-lo estacionado lá a alguns minutos e tem a confirmação de sua esposa de que assim o fez. Sob condições normais, concederíamos que João está justificado em acreditar na proposição "meu carro está na garagem", chama-se isto de justificação prima facie. Imaginemos agora que João liga a tv e descobre que no seu bairro acaba de ser roubado um carro do mesmo modelo e cor do dele. Neste caso, pensa-se que João não está mais justificado em acreditar naquela proposição, pois não pode no momento eliminar a hipótese de que seja o seu carro que foi roubado, precisando para isto de informações adicionais. Sobre este tipo de justificação, a epistêmica, é que se concentram as discussões em epistemologia, e é com vistas nela que os filósofos propõem teorias da justificação em epistemologia, sendo portanto em relação a ela que devemos avaliar estas teorias.
ResponderExcluirSejam Bem Vinda ao trabalho Suzan!
ResponderExcluirEduardo, cada vez mais fico preocupado em deixarmos de lado nas discussões epistêmicas os critérios cognitivos/neurais que participam da tentativa de justificarmos uma dada proposição. Me parece, grosso modo, que a natureza da mente/cérebro e seus processos participantes da formação e que possibilitam a linguagem deveras relevantes no contexto epistemológico.
ResponderExcluirEduardo...
ResponderExcluirNeste caso, creio que questões morais até possam ser eliminadas deste contexto (e, sinceramente, elas parecem mais atrapalar do que auxiliar em qualquer contexto...OK!, talvez não as questões morais e sim o Moralistas!), entretanto, a AÇÃO - aqui entendida no sentido próximo ao funcional ou pragmático (ou mesmo simplesmente de "AQUILO QUE ESTÁ EM MOVIMENTO") talvez não devamos excluir do contexto de discussão da epistemologia.
Nivaldo,
ResponderExcluirnão sei que papel a ação teria nas discussões sobre justificação em epistemologia...qual seria?
A principio nao tinha noçao do que escreveria, até que lendo os comentarios, surgiu uma ideia, a respeito a especificamente um comentário, embora nao possua um vasto conhecimento filosofico e ainda por cima se da area de exatas, serei petulante em discordar do comentario feito pelo Jean Segata(melhor dizendo, vou me por entre tubaroes), o Jean falou que o conhecimento é um resultado da justificaçao, descriçao e explicaçao. Em parte eu concordo, quando se trata da descriçao e explicaçao, porem o conhecimento nao é apenas "o resultado" deles, pois para se descrever ou explicar algo, é necessario que se tenha um conhecimento prévio do assunto.
ResponderExcluirAgora, quanto a justificativa, sou franco em dizer que discordo plenamente, de sua afirmaçao. Em um trecho de um dialogo escrito por Platao, Górgias e Socrates discutem sobre a arte da retorica, eles falam que a retorica tem como finalidade a persuasao. A meu ver, a justificativa possui a mesma finalidade,e se entendi bem, a persuasao se trata de fazer o outro crer no que eu quero quero transmitir, entao nao é uma questao de conhecimento, vejamos bem. É necessario adquirir conhecimento para crer em algo? acredito que nao, é só uma questao de quão persuasivo sera a justificativa. logo, o conhecimento nao é necesariamente um resultado da justificaçao.
Agora, para mostrar a diferença entre Justificaçao, explicaçao e descriçao, nada melhor que um exemplo. usaremos a seguinte questao, que raios, uma materia de filosofia faz em um curso na area de exatas? se eu pedir para descrever a materia, irao me mostrar as suas caracteristicas. Se eu perguntar, Por quê existe filosofia na grade de ensino? irao me explicar a importancia, e que isso provavelmente ira me ajudar de alguma forma na vida academica e profissional. Notem, que as resposta de ambas se repetirão(embora de formas diferentes)independente de quem responder.
Agora, se eu pedir: me convença que é necessario estudar filosofia na minha area, ai que vai entrar a justificaçao, e essa meus amigos, diferente das outras, nao ira se repetir, pois vai depender das ferramentas persuasivas utilizadas por quem der a resposta.
Espero não ter falado bobagens, caso contrario, estou aberto a correções.
Só gostaria de encerrar deixando um questionamento. como falei em crença, relembro o dialogo citado mais acima, e certa hora do dialogo, Sócrates e Górgias dizem que existe crença verdadeira e falso, já o conhecimento não se encaixa nessa variabilidade, Então pergunto. que característica diferencia a crença do conhecimento nesse ponto?
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEduardo; Nivaldo
ResponderExcluirSim, me equivoquei neste ponto.
A justificação na Epistemologia, vem tentando comprovar a veracidade de algum conhecimento. Não é coincidência que o conhecimento é definido como: crença verdadeira justificada !
Pois, para que haja conhecimento alguém deve crer verdadeiramente, e a razão deve ser plausível/ satisfatória com base em algum critério. Aí que entra a AÇÃO.
Para os Racionalistas o paradigma do conhecimento é a logica e a matemática. Usando assim a intuição ou inferências racionais. Porém, para os Empiristas o paradigma é a ciência natural, e é neste ponto que as observações e os experimentos são a base mais importante para a investigação tendo em vista uma conclusão ou pelo menos "caminhar" mais um pouco para encontrar certas respostas.
Ação:
Ato ou efeito de agir; Tudo o que se faz; Manifestação de uma força; Maneira de actuar. = ATUAÇÃO, COMPORTAMENTO, DESEMPENHO, PROCEDIMENTO; Processo para desenvolver um projeto (ex.: acção governativa; plano de ação); Capacidade para agir; Movimento ou atividade para obter determinado resultado;Influência ou efeito sobre algo ou alguém.
Dhyure, penso que se você realmente crê em algo, e você tem uma justificação realmente relevante e plausível, você terá conhecimento sobre o que você crê.
ResponderExcluirDhyure,
ResponderExcluirSeja bem vindo! E é sempre importante ter a coragem de arriscar opinar entre tubarões (e certamente o Jean Segata é um desses!!!).
Ah, não te preocupes por vires das ciências Exatas! Tá certo que até hoje eu não conheci nenhuma Ciência que fosse exata!
;)
Acredito que justificar seria a procura de um meio de comprovar algo fundamentando-o e esclarecer tal através de comprovações e, no caso de, explicar, seria esclarecer todo o fato buscando deixar o entendimento claro sem ultilizar-se de excessivos argumentos, nesse contexto, nenhuma teria um valor maior do que a outra, entretanto,justificar seria mais relevante do que explicar pelo fato de se basear em argumentos.
ResponderExcluirAbraços.
Fui comprar pão no ano passado, e infelizmente, ainda não voltei. Como explicar isso?
ResponderExcluirJean,
ResponderExcluirTem coisas que nem mesmo Freud consegue explicar!!!!!!!!!
Jean,
ResponderExcluirNo seu caso, a justificação terá que ser sua. Ir comprar pão ano passado e não voltar...Bom, justificar ou até mesmo explicar isso será difícil. Terá de ser argumentos realmente convincentes. Mas claro que se leva em consideração outros possíveis fatores: Sequestro, assassinato, mal de Alzheimer, amnésia, entre tantos outros que podem estar envolvidos neste caso.
Sua afirmação deve ser muito explorada para ser ter uma justificação e talvez uma conclusão.
o padeiro é lento?
ResponderExcluirJean,
ResponderExcluirPode ser que sim, mas dai você teria comprado pão em outro lugar, e teria voltado. Porque ninguém tem tanta paciência. (:
Jean,
ResponderExcluirRealmente essa é uma situação que não tem explicação. Mas o fato de você ter colocado o "infelizmente" na frase, leva a entender dois possíveis motivos: algo realmente aconteceu que te impediu de voltar, por isso você lamenta, ou, usou o termo na intenção de avigorar uma possível explicação. mas e se essa explicação for falsa? e a crença de que ele se atrasou pela lentidão do padeiro for justificada em fundamentos falsos. o conhecimento obtido pela justificativa também sera falso, ou nem sera reconhecido como conhecimento?
Depois da minha brincadeira panifícia virar tema de discussão, gostaria de uma ajuda mais séria: da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda - qual a direção correta para a dobradura de um guardanapo?
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirJean,
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=6f-UQGX0-yA ...
Uau Suzan,
ResponderExcluirAdoro uma bricollage!
JUSTIFICAR É TENTAR EXPLICAR O INJUSTIFICÁVEL, ENQUANTO EXPLICAR SIGNIFICAR ESCLARECER. O VERBO PLICAR SIGNIFICA DOBRAS. ENTÃO COM-PLICAR É ALGO CHEIO DE DOBRAS, ENQUANTO QUE EX-PLICAR E TIRAR AS DOBRAS, ESCLARECER
ResponderExcluir